A História de Belo Horizonte

A História de Belo Horizonte

A fotografia mostra um trecho da Rua Marechal Deodoro, posicionada aproximadamente como a atual avenida Afonso Pena, a Matriz da Boa Viagem, e ao fundo a Serra do Curral.

A história do Município de Belo Horizonte inicia-se em 1701, quando o bandeirante João Leite da Silva Ortiz chega à Serra das Congonhas, correspondente à atual Serra do Curral, marca da paisagem atual de Belo Horizonte. Em 1711, Ortiz obteve Cartas de Sesmarias e criou uma fazenda de engorda de bois, chamada “Cercado”. Nas suas terras formou-se um pequeno povoamento, que era denominado, em 1707, de Curral d’el-Rey, pois próximo dali existia um registro (Contagem), onde se pagavam taxas reais e era controlado o deslocamento do gado. A região tinha algumas moradias rústicas e uma capela dedicada a Nossa Senhora da Boa Viagem.  Em 1714, o Curral d’el Rey passou a pertencer à Comarca do Rio das Velhas, cuja sede era a Vila Real de Sabará.

Em 1750, o povoado de Curral d’el-Rey foi elevado a freguesia e em 1815, a região contava com cerca de 18.000 habitantes distribuídos por Sete Lagoas, Santa Quitéria, Contagem, Buritis, Capela Nova do Betim, Piedade do Paraopeba, Brumado, Morro de Mateus Leme, Neves, Aranha, Rio Manso, dentre outros. Com diversos desmembramentos, a população da região diminuiu chegando, em 1893, a apenas 2650 habitantes. Com a Proclamação da República e a consequente divulgação de novas ideias, tornou-se primordial a mudança da capital de Minas – Ouro Preto – para outra localidade. A antiga capital significava, para os republicanos, a velha ordem monarquista e ainda tinha os problemas geográficos (espremida entre montanhas, recortada por íngremes e tortuosas ladeiras) que dificultavam o seu crescimento. A escolha do local para a nova capital gerou várias batalhas entre muitas regiões mineiras como Barbacena, Juiz de Fora, Várzea do Marçal, Paraúna e Curral D’el Rey. Os ânimos estavam exaltados, afinal diversos interesses estavam em jogo.

A votação final ocorreu em 17 de dezembro de 1893. Foi eleita a região do Curral D’el Rey, onde começou imediatamente as obras, já que foi definido o prazo improrrogável de 4 anos para a construção e transferência da capital. Este prazo foi a tática usada por aqueles que não queriam a mudança da capital, pois, julgavam que o curral D’el Rey não conseguiria fazer todas as construções necessárias no prazo e, desta maneira, conforme acordo firmado, a capital voltaria para Ouro Preto. A notícia da escolha da região foi recebida com entusiasmo pela população do Curral D’el Rey e com grande tristeza pelos habitantes de Ouro Preto.

O “Clube Republicano” indicou vários nomes para batizar a nova capital e foi escolhido o nome sugerido pelo Mestre Luiz Daniel Cornélio de Cerqueira – Belo Horizonte. Esse novo nome conciliava-se melhor com os novos ideais da jovem República brasileira, abandonando tudo que pudesse remeter ao antigo regime monárquico.

O Presidente do Estado de Minas, o Doutor Afonso Pena, em 1893,convidou o engenheiro Aarão Reis para presidir e organizar a Comissão Construtora que foi empossada em 01/03/1894 e dois dias depois iniciou os seus trabalhos. Um ano depois, por motivos de saúde, para alguns, ou por motivos políticos, para outros, Aarão Reis pede demissão, sendo substituído pelo engenheiro Francisco de Paula Bicalho. O projeto criado pela Comissão Construtora, finalizado em maio de 1895, inspirava-se no modelo das mais modernas cidades do mundo, como Paris e Washington (traçado em xadrez). Os planos revelavam algumas preocupações básicas, como as condições de higiene e circulação humana. Dividiram a cidade em três principais zonas: a área central urbana, a área suburbana e a área rural.

Zona urbana: corresponde à área central. Esta área foi delimitada pela Avenida 17 de dezembro, atual Avenida do Contorno. Dentro dela se desenvolveram as ruas, avenidas e praças com o traçado do tipo ortogonal-radial. As ruas, com largura de 20 metros, cruzam-se em ângulos retos (sistema ortogonal) na direção norte-sul e leste-oeste. As avenidas, com 35 metros de largura, cortam as ruas em ângulos de 45º (sistema diagonal) e correm no sentido nordeste-sudoeste ou noroeste-sudoeste. 

As ruas que vão do centro comercial à região dos funcionários receberam nomes de Estados Brasileiros. As ruas seguem uma sequência pelo mapa do Brasil. Exemplos: Rua São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e assim por diante, elas vão se sucedendo. As ruas em homenagem aos estados do Paraná e do Amazonas ganharam o nome das respectivas capitais. Assim, abaixo da Rua São Paulo tem a Rua Curitiba e acima da Rua Grão Pará, a Rua Manaus. O motivo de essas ruas possuírem nomes das capitais dos dois estados é que a maior parte das avenidas ganhou nome dos grandes rios brasileiros, dentre elas, os rios Paraná e Amazonas.

Muitas ruas que cruzam as que têm nomes de estados ganharam nomes de tribos indígenas. Exemplos: ruas Tupinambás, Tamoios, Guarani, Guajajaras, Timbiras, Aimorés, Caetés etc. Diversas ruas e algumas avenidas receberam nomes personagens históricos eleitos pela comissão construtora e pelo governo mineiro para serem homenageados. Exemplos: Rua Cláudio Manuel, Fernandes Tourinho, Tomé de Souza, Gonçalves Dias, Av. Álvares Cabral etc. Estas ruas estão na região que compreende os bairros de Lourdes, Savassi e Funcionários.

As ruas não receberam o nome de santos em função do caráter laico da República, porém, as paróquias passaram a nomear os bairros como Lourdes, Santo Antônio, Santo Agostinho e, como cidade funcional, separou em bairros as diversas funções exercidas por seus moradores, como o bairro dos funcionários, ocupado pelos prédios relacionados ao Estado e as confortáveis casas do funcionalismo público etc.                                                                                            

Zona suburbana: corresponde à área que circunda a Avenida do Contorno. Esta área, que não mereceu os mesmos cuidados da zona urbana, é composta de quarteirões irregulares e grandes lotes. Hoje, ela corresponde aos bairros mais antigos da cidade como Floresta, Lagoinha e Santa Efigênia.

Área rural: corresponde à área que circundava a Zona suburbana, composta por cinco colônias agrícolas com inúmeras chácaras e funcionaria como um cinturão verde, abastecendo a cidade com produtos hortigranjeiros.

A instalação de um projeto deste porte tinha uma exigência, que era a completa destruição do arraial e a transferência de seus antigos moradores para outro local. Os habitantes tiveram suas casas desapropriadas e demolidas; e foram oferecidos novos terrenos, a um alto preço.

Impossibilitados de comprar os novos imóveis na área central, eles foram obrigados a se refugiar em áreas fora da cidade, indo morar em Venda Nova ou em cafuas, na periferia da cidade. Um dos casos mais conhecido, é o da velha papuda. Ela era conhecida como feiticeira e o seu casebre localizava-se onde hoje está o Palácio da Liberdade. O seu terreno foi desapropriado, mas a “velha papuda” recusou-se a sair, sendo obrigada pelos soldados, mas ela rogou uma praga: “Quando isto for sede do Governo, de quatro em quatro anos há de morrer um Governador”. Como morreram alguns governadores logo após a inauguração da capital, a lenda tomou ares de verdade. As obras corriam a todo vapor e devido a poeira vermelha soprada pelo vento, a cidade recebeu o apelido de Poeirópolis. Mastodo o esforço valeu a pena, já que os objetivos foram conquistados e as metas do trabalho alcançadas. Cumprindo-se à risca o prazo definido de quatro anos, a inauguração da nova capital aconteceu em 12/12/1897. Foram três dias de festas promovidas pela Igreja, pelos jornais locais e pelo Estado. Depois da inauguração, a cidade continuou com algumas obras de reparos para melhorar a vida de seus habitantes.

A velha Papuda em seu casebre.

Alguns Atrativos Históricos e Culturais

Belo Horizonte já completou mais de 100 anos de existência, mas ainda permanece vibrante, jovem e vigorosa. “BH” ou ainda “Belô”, está sempre aliando desenvolvimento e modernidade com a preservação de sua beleza arquitetônica, de seus jardins, parques e praças. Belô é uma cidade múltipla e um dos mais importantes polo industrial e econômico do país.

BH é uma capital em constante movimento, que avança em ritmo acelerado, mas prima pela qualidade na prestação de serviços e se orgulha de ser considerada a cidade brasileira de excelência médica. Não é à toa que Belo Horizonte tem sido escolhida como palco de grandes eventos nacionais e internacionais. Além de oferecer o que há de melhor em serviços, aqui o visitante é convidado a se sentir em casa e a desfrutar de um dos mais importantes quesitos de um grande destino: seus valores humanos.

Belo Horizonte cresceu e atualmente é a sexta maior cidade do país, tendo em torno de 2,5 milhões de habitantes. É uma metrópole com ares de cidade do interior. É considerada a capital nacional dos bares e da cultura, e destacam-se principais atrativos históricos e culturais, nomeados também como conjuntos urbanos, que são: Praça da Liberdade, Avenida João Pinheiro e entorno, Rua da Bahia, Avenida Afonso Pena, Praça Rui Barbosa e adjacentes, Orla da Pampulha, Mercado Central, Museu Abílio Barreto, Parque das Mangabeiras, Praça do Papa e tantos outros. Alguns destes pontos turísticos já citei em outros posts – Belo Horizonte. Polo Cultural do Brasil e City Tour. Destino: Belo Horizonte – e futuramente abordarei outros.


O texto apresentado nesta página é um resumo de partes do Livro “Planejamento e Organização de Eventos: Da Teoria à Prática.” Autora: Adriana Tenchini (Ebook disponível na Amazon).


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A Autora


Meu nome é Adriana Tenchini, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais. Sou uma amante do conhecimento e tenho como formação os cursos: Graduação em Eventos, Bacharelado em Publicidade e Propaganda, Graduação em Gastronomia, Graduação em Cozinha Contemporânea, MBA em Administração Estratégica, Pós-graduação em Gestão da Qualidade em Gastronomia e vários cursos extracurriculares nas áreas de eventos, gastronomia, design e web design. Além da minha formação acadêmica, sou produtora de conteúdo, escritora, espírita, terapeuta holística, produtora de laticínios vegetais e mãe.

Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta, A Multiface.


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Escritora, Produtora de Conteúdo, Publicitária e Gastrônoma.

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FONTES IMAGENS: Imagem de Adriana Tenchini

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