Alho
Nome científico: Allium sativum
Sinônimo: alho, alho comum, alho manso, alho hortense
Origem: existem controvérsias sobre sua origem ser a Europa Mediterrânea ou o Continente Asiático, mas, a maioria dos autores sugerem que o alho surgiu no deserto da Sibéria, foi levado por nômades para o Egito, de onde migrou para o Extremo Oriente através das rotas de comércio com a Índia, alcançando a Europa. Na atualidade, o alho é cultivado em todo o mundo.

Características: Pertence à família Alliaceae, é uma planta herbácea, perene, mas quando cultivada é normalmente utilizada como anual. O alho tem folhas alongadas, estreitas e cerosas, podendo atingir até 60 cm de altura. As bainhas das folhas formam um pseudocaule curto que na parte inferior forma-se o bulbo. O bulbo, de formato redondo ou ovalado é dividido em bulbilhos (dentes) que podem variar em número de 5 a 56. Os bulbilhos são compridos, ovoides e de forma arqueada, envoltos por folhas protetoras chamadas brácteas, cuja coloração pode ser branca, vermelha, violeta, roxa e marrom. Além dessa proteção individual, o bulbo ainda é envolto por várias túnicas esbranquiçada que são facilmente destacáveis. Pode ser cultivado ao lado de uma variedade de vegetais como um pesticida natural.
Uso Medicinal: O alho era considerado pelos povos antigos como uma planta medicinal e destaca-se entre as hortaliças como fonte de fibras, potássio, zinco e selênio, e das vitaminas B1, B6 e C. Entre seus benefícios está a função termogênica[1], a capacidade de combater gripes e resfriados, melhorar o sistema imunológico, reduzir o risco de câncer gástrico, evitar ou curar perturbações do aparelho digestivo e respiratório, parasitoses intestinais, edema, gripe, trombose, arteriosclerose, ajuda a tratar e prevenir doenças do coração. O alho consta na lista dos alimentos funcionais[2] do Ministério da Saúde, por ser rico em Sulfetos alílicos. Ao esmagar ou cortar o dente de alho cru, o alimento libera um componente bioativo, a alicina[3]. As alicinas ajudam a reduzir a pressão arterial e o colesterol ruim, e melhorar o sistema imunológico.
Uso na Gastronomia: O alho é um ingrediente muito utilizado na culinária como condimento. Na Espanha, o alho pode ser encontrado como principal ingrediente de alguns pratos, tais como: molho de alho, sopa de alho, ajoblanco[4]. É também um produto muito utilizado na culinária peruana, mexicana, equatoriana e argentina. Na gastronomia brasileira é amplamente utilizado. Imagina aquele delicioso arroz e feijão fresquinho com alho picadinho na hora! Mesmo antes da comida ficar pronta, o aroma já pode ser sentido por toda a casa. Seu aroma e sabor podem intensificar o gosto dos mais variados pratos. O alho pode ser utilizado como um substituto do sal refinado, conferindo mais sabor aos pratos sem prejuízos à saúde.
Tipos de Alho:
Alho Roxo (Alho Brasileiro): tem a casca levemente arroxeada, uma cabeça mais grossa, pesada e geralmente fornece uma quantidade maior de dentes, que se destacam por ter um sabor mais forte e ácido. O bulbo do alho roxo é considerado de maior qualidade, pois fornece mais nutrientes. É rico em antioxidantes e outras propriedades medicinais.


Alho Branco (Alho Chinês): é o mais encontrado no mercado. É todo branco, tem uma cabeça mais leve que fornece uma quantidade menor de dentes, que se destacam por ter um sabor mais leve e adocicado. Este alho tem uma qualidade um pouco mais baixa que o brasileiro.
Alho Branco (Alho Chinês): é o mais encontrado no mercado. É todo branco, tem uma cabeça mais leve que fornece uma quantidade menor de dentes, que se destacam por ter um sabor mais leve e adocicado. Este alho tem uma qualidade um pouco mais baixa que o brasileiro.

Armazenamento: pode ser conservado por até três meses em local fresco e sem umidade. Evite guardar em recipientes fechados, pois corre o risco de mofar. Após descascado, conservar na geladeira, embrulhado em plástico, ou imerso em óleo ou azeite. O alho pode ser congelado, mas ao ser retirado do freezer, deve ir direto para a panela.
Curiosidades: 1. Os egípcios utilizavam alho na preparação das múmias, acreditando em suas propriedades mágicas e conservantes. 2. Na Roma antiga, o alho era tão valorizado que chegou a ser usado como moeda de troca. 3. Os exércitos romanos utilizavam o alho como vermífugo. 4. No Egito antigo, o alho era oferecido aos trabalhadores e escravos que construíam pirâmides para aumentar a resistência física e protegê-los de doenças. 5. O alho é mencionado na literatura de todos os grandes reinos do mundo antigo: Pérsia, Babilônia, Grécia e Roma. 6. É usado em rituais e simpatias na espiritualidade por sua cor roxa, que está associada à transmutação. O alho pode ser utilizado para vencer obstáculos, afastar os inimigos e as energias negativas de nossos caminhos. 7. Na Umbanda, a casa de alho é um elemento que pode ser usado em defumações e banhos, para purificar energias densas, eliminar larvas astrais e dissipar energias negativas.
[1] Função Termogênica – A palavra termogênese pode ser definida como uma produção de calor dentro do corpo. Essa geração de calor é um processo natural. No entanto, alguns alimentos contêm substâncias que podem ativar ou potencializar esse mecanismo, levando ao aumento do gasto energético. Os alimentos termogênicos aumentam a queima de calorias gerado pela aceleração do metabolismo.
[2] Alimentos Funcionais – são alimentos ou ingredientes que, além das suas funções nutricionais básicas, oferecem benefícios à saúde.
[3] Alicina – é um dos principais componentes ativos do alho e é produzida quando o alho é picado ou amassado. A alicina tem propriedades antibacterianas, antivirais, antiparasitárias e antifúngicas. Ela está presente na cebola e em outros membros da família Allioideae, porém, seus níveis são mais elevados no alho.
[4] Ajoblanco – é uma sopa fria típica da culinária espanhola. É preparada com pão, amêndoa moída, alho, água, azeite, sal e, por vezes, vinagre.

Saiba Mais:
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Eu sou graduada e pós graduada na área de gastronomia e compilei todos os anos de estudo em apostilas que estou transformando em um livro “Diário da Gastronomia. De Tudo… Um Pouco.” (Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta, A Multiface). Através deste site postarei informações importantes que contribuirá para aumentar o conhecimento dos leitores na área de gastronomia A parte teórica pode ser encontrada na página “Conceitos e Teorias“. Quanto à prática, os leitores podem ir treinando com as “Receitas” postadas. Todas as receitas foram previamente testadas.
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FONTES IMAGENS:
CAPA:Alho Roxo. Imagem de Adriano Gadini por Pixabay.
REFERÊNCIAS:
GISSLEN, Wayne.[tradução: Lorecy Scavarazzini, Maria Augusta R. Tedesco e Marlene Deboni]. Culinária Profissional. 6ª Ed. Barueri, SP: Editora Manole, 2012.
WRIGHT, Jeni; TREUILLE, Eric. [tradução: Eleonora Bottmann e Vera Caputo. Técnicas Culinárias. Le Cordon Bleu. 2ª Ed. São Paulo, SP. Editora Marco Zero.
MOREIRA, Leise Nascimento. Técnica Dietética. 1ª Edição. Rio de Janeiro: SESES, 2016, 240 pág.
