Expansão da Gastronomia Internacional

O século XX marcou um período de transformação e globalização da gastronomia, refletindo as profundas mudanças sociais, econômicas e tecnológicas daquele tempo. A consolidação da cozinha internacional foi um dos destaques dessa era possibilitada pelo avanço dos transportes, das comunicações e pela maior mobilidade das pessoas.

No início do século, os grandes hotéis de luxo europeus, como o Savoy em Londres e o Grand Hotel em Monte Carlo, tornaram-se centros gastronômicos de referência. Sob o comando de César Ritz e seu chefe de cozinha, Auguste Escoffier, esses estabelecimentos elevaram a gastronomia a um novo patamar de requinte e profissionalismo, atraindo a elite global.

Com o desenvolvimento das ferrovias e o aumento do turismo, as viagens tornaram-se mais acessíveis, possibilitando que pessoas de diferentes regiões conhecessem novos sabores e tradições culinárias. Isso favoreceu a disseminação da cozinha internacional, que buscava reunir pratos e técnicas de várias partes do mundo para atender a um público cosmopolita.

Em 1900, André Michelin lançou o Guia Michelin, inicialmente focado em fornecer informações para motoristas, incluindo endereços de restaurantes e hotéis. Com o tempo, o guia passou a avaliar os estabelecimentos gastronômicos com rigor, criando um sistema de estrelas que até hoje é referência para a qualidade da cozinha mundial (FRANCO, 2004).

O avanço da indústria alimentícia e das técnicas de conservação, como a refrigeração e o enlatamento, possibilitaram o comércio e o consumo de ingredientes antes limitados a determinadas regiões. Isso ampliou o repertório culinário de chefs e consumidores, facilitando a fusão de diferentes gastronomias e a criação de novos pratos.

No cenário internacional, enquanto a França mantinha sua hegemonia gastronômica, outros países começaram a afirmar suas cozinhas regionais e nacionais. A Itália, Japão, Alemanha e Portugal, entre outros, tiveram suas tradições valorizadas e divulgadas por meio de livros, restaurantes e imigrações.

O período também foi marcado pelo surgimento de escolas e instituições dedicadas ao ensino da gastronomia. Em 1895, foi fundada a Le Cordon Bleu em Paris, inicialmente voltada para filhas da aristocracia e da burguesia, que logo se tornou a escola de culinária mais prestigiosa do mundo, com filiais espalhadas por vários países (LEAL, 1998).

As grandes cidades americanas, especialmente Nova Iorque, passaram a concorrer com Paris como centros gastronômicos, abrigando uma mistura de cozinhas étnicas e internacionais, reflexo das ondas migratórias que enriqueceram o panorama culinário dos Estados Unidos.

A primeira metade do século XX foi ainda um tempo de desafios, como as duas Grandes Guerras, que impactaram diretamente a produção e o consumo de alimentos. Contudo, o período pós-guerra trouxe prosperidade e inovação, incluindo a popularização de refeições rápidas, self-service e a consolidação das cadeias de restaurantes.

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Eu sou graduada e pós graduada na área de gastronomia e compilei todos os anos de estudo em apostilas que estou transformando em um livro“Diário da Gastronomia. De Tudo… Um Pouco.” (Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta,A Multiface). Através deste site postarei informações importantes que contribuirá para aumentar o conhecimento dos leitores na área de gastronomia A parte teórica pode ser encontrada na página Conceitos e Teorias“. Quanto à prática, os leitores podem ir treinando com as Receitaspostadas. Todas as receitas foram previamente testadas.


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FONTES IMAGENS: Adriana Tenchini


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