Cebola
Nome científico: Allium cepa
Sinônimo: Cebola
Origem: originária da Ásia Central, tendo sido cultivada na Índia e na China e levada para a Pérsia, onde se propagou por toda a África e Europa. Chegou ao Brasil pelos colonizadores portugueses. A princípio era plantada apenas na região Sul do Brasil, mas se espalhou rapidamente. Hoje em dia, seu cultivo abrange quase todo o país.

Características: Pertence à família Alliaceae, juntamente com o Alho e o Alho Poró. A Cebola é uma planta herbácea que pode ser perene ou bienal, mas quando cultivada é normalmente utilizada como anual. Apresenta um bulbo tunicado[1], com variação em formato (redonda ou alongada), em coloração (alaranjada, branca ou arroxeada), em pungência[2] e em tamanho. O sabor e o odor característico da cebola são oriundos de compostos de enxofre voláteis que são liberados durante o corte. A volatização do composto de enxofre gera ácido pirúvico. A pungência, mais que a doçura determina se o sabor da cebola é doce ou picante.
Uso Medicinal: possui diversos benefícios para a saúde. É rica em antioxidantes, vitaminas A, B1, B2, C e K. Além disso, é fonte de enxofre, ótimo para a saúde da pele e do cabelo, pois auxilia na síntese da queratina e do colágeno. Possui propriedades antibacterianas, antivirais, anticancerígenas, antioxidantes, hipoglicemiantes, antifúngicas e anti-inflamatórias.
Uso na Gastronomia: tem uma infinidade de usos dentro da culinária mundial. A cebola fresca juntamente com o Alho Poró, o Salsão e a cenoura compõem o mirepoix[3], que é utilizado como base ou fundo aromático de molhos, cozidos, sopas e diversas outras preparações, sendo presença marcante nos molhos da culinária italiana e francesa.
A cebola pode ser usada como tempero (é um dos mais comuns na cozinha brasileira juntamente com o alho) ou ainda como ingredientes em diversas receitas, tais como quiches, pães, sopas, arroz, tortas, risotos, patês, dentre outros. Pode ser consumida frita, cozida, assada, grelhada, empanada, em conserva ou crua, como exemplo temos um típico prato brasileiro, o vinagrete (molho à campanha) que acompanha o churrasco. Pode ainda ser acrescentada no sanduíche – cebola caramelizada –, no omelete, salteada ou em pó.
Cebola Pera: é a mais encontrada. Também é conhecida como cebola amarela. Tem a casca alaranjada/dourada e formato arredondado. Por ser muito ácida é mais comum que seja utilizada refogada, assada ou frita, pois consumida crua tem um sabor forte. É a mais versátil de todas e tradicional na cozinha brasileira. Pode ser utilizada em carnes assadas, molhos, refogados, sopas, assada e mais. Também pode ser usada com fins medicinais, aliviando os sintomas da dor de cabeça.


Cebola Pérola: é bem menor e apresenta forma redonda ou alongada. Seu sabor é mais adocicado. Muito utilizada em conservas ou caramelizadas inteiras.
Cebola Branca: em geral, não apresenta a casca externa, como o tipo pera, por isso, apresenta a cor branca da primeira camada da hortaliça. Tem o sabor mais marcante e crocante. Pode ser utilizada em molhos, chutney, refogada e frita.


Cebola Roxa: tem casca e interior arroxeados. Devido ao seu sabor suave, é ótima para ser consumida crua em saladas, sanduíches, vinagretes e no guacamole. Ideal para conservas ou ainda, em molhos agridoces. Ela, como todos os vegetais roxos, possui uma substância chamada antocianina[4], que tem alto poder antioxidante[5]. Por isso, atua na prevenção de doenças crônicas, como diabetes, câncer e aterosclerose. É ótima para o cérebro, prevenindo o Mal de Alzheimer e a demência.
Armazenamento: pode ser conservada por até sete dias em lugar seco e arejado. Depois de cortada, deve ser guardada na geladeira em vasilhame fechado e ser consumida no máximo em dois dias.
Curiosidades: 1. a cebola possui importância simbólica em algumas culturas. Os egípcios se protegiam de doenças com hastes de cebola. Os latinos, segundo Plutarco, proibiam o uso do bulbo, porque acreditavam que ele crescia quando a lua diminuía. Na Grécia antiga, os atletas gregos comiam cebolas antes das competições para melhorar o desempenho. 2. Em culturas esotéricas, acredita-se que a cebola possa afastar espíritos malignos, sendo utilizada em rituais de proteção.
[1] Bulbo tunicado – é uma estrutura vegetal que possui folhas externas secas e membranosas, chamadas túnicas ou escamas, que protegem as túnicas internas, mais carnudas.
[2] Pungência – também conhecida como ardência.
[3] Mirepoix (Pronúncia: “mirrepoá”) – É uma composição típica da culinária francesa. É utilizado para realçar o sabor de fundos, molhos e diversas preparações culinárias, incluindo peixes, aves e carnes, sendo retirados antes de servir ou incorporados como guarnição. Quando usados nas preparações de fundos, caldos e molhos, sempre é coado no final. É composto de cebola, alho poró, salsão e cenoura.
[4] Antocianina – Pigmento vegetal que dá cor às flores, frutos, folhas, caules e raízes de plantas, podendo variar do vermelho vivo ao violeta/azul. As antocianinas tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
[5] Antioxidantes – São substâncias que podem impedir ou retardar os danos às células causados pelos radicais livres. Os radicais livres são moléculas instáveis produzidas pelo organismo humano por causa de alguns alimentos ingeridos ou pela queima de oxigênio ao respirarmos. Em níveis normais, os radicais livres não são prejudiciais à saúde, porém, em excesso podem ser tóxicos para o corpo, prejudicando o funcionamento celular e desenvolvendo doenças.

Saiba Mais:
Conceitos e Teorias de Gastronomia

Receitas com Cebola
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Eu sou graduada e pós graduada na área de gastronomia e compilei todos os anos de estudo em apostilas que estou transformando em um livro “Diário da Gastronomia. De Tudo… Um Pouco.” (Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta, A Multiface). Através deste site postarei informações importantes que contribuirá para aumentar o conhecimento dos leitores na área de gastronomia A parte teórica pode ser encontrada na página “Conceitos e Teorias“. Quanto à prática, os leitores podem ir treinando com as “Receitas” postadas. Todas as receitas foram previamente testadas.
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Escritora, Produtora de Conteúdo, Publicitária e Gastrônoma.
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FONTES IMAGENS:
CAPA: Imagem de Robert Owen-Wahl por Pixabay.
REFERÊNCIAS:
GISSLEN, Wayne.[tradução: Lorecy Scavarazzini, Maria Augusta R. Tedesco e Marlene Deboni]. Culinária Profissional. 6ª Ed. Barueri, SP: Editora Manole, 2012.
WRIGHT, Jeni; TREUILLE, Eric. [tradução: Eleonora Bottmann e Vera Caputo. Técnicas Culinárias. Le Cordon Bleu. 2ª Ed. São Paulo, SP. Editora Marco Zero.
MOREIRA, Leise Nascimento. Técnica Dietética. 1ª Edição. Rio de Janeiro: SESES, 2016, 240 pág.
