A Composição do Almoço e do Jantar

Quantidade, equilíbrio e prazer à mesa

O almoço e o jantar são refeições centrais do dia. Mais do que momentos de saciedade, representam pausas essenciais para nutrir o corpo, renovar a energia e proporcionar prazer à mesa. Quando bem estruturadas, essas refeições combinam variedade, equilíbrio nutricional e harmonia sensorial, respeitando tanto o apetite quanto o contexto em que são servidas.

De forma geral, o almoço e o jantar podem ser compostos por diferentes etapas, que variam conforme a cultura, a ocasião e o estilo de serviço, mas que seguem uma lógica comum de progressão: iniciar de forma leve, evoluir para uma refeição principal completa e encerrar com equilíbrio. Essas etapas incluem, opcionalmente, o couvert, seguido da entrada, da refeição principal e da sobremesa, cada uma com quantidades indicadas para garantir uma refeição adequada e bem distribuída.

A seguir, apresento as quantidades médias recomendadas por pessoa em cada uma dessas etapas, bem como a função de cada serviço dentro da refeição.

O couvert é a abertura da refeição. Seu papel é acolher o paladar, estimular o apetite e criar um primeiro contato com a mesa, sem provocar saciedade excessiva. Por isso, deve ser servido com moderação. A quantidade média indicada por pessoa varia entre 70 e 100 g, distribuída da seguinte forma:

  • Pães: cerca de 50 a 70 g, o equivalente a um pão francês pequeno ou duas fatias médias.
  • Acompanhamentos: aproximadamente 20 a 30 g, incluindo manteiga, patês, pastas, azeite, azeitonas, oleaginosas e similares.

Os pães podem ser substituídos por outros itens, como torradas, crackers, biscoitos, pequenos salgados assados ou aperitivos leves, mantendo sempre o controle da quantidade total servida.

A entrada prepara o organismo e o paladar para a refeição principal. Pode ser fria, quente ou líquida, e sua função é complementar a refeição sem competir com o prato principal. A porção média indicada varia entre 80 e 200 g por pessoa, de acordo com o tipo de preparo:

  • Entradas frias, como carpaccio ou terrine: 80 a 120 g.
  • Saladas: folhas e complementos leves (tomate, cenoura, pepino) entre 60 e 100 g, com molhos em torno de 20 a 30 g. Quando a salada inclui ingredientes mais densos, como queijos, grãos ou proteínas, recomenda-se reduzir a quantidade de folhas para 60 a 80 g e ajustar o peso total.
  • Caldo ou sopa: 150 a 200 ml por pessoa.
  • Entradas quentes, como pequenas massas, mini quiches ou bruschettas: 100 a 150 g.

Após a entrada, serve-se a refeição principal, que concentra a maior parte dos nutrientes e da saciedade do almoço ou jantar. Essa etapa é composta pelo prato principal, acompanhado de guarnições, molhos e complementos. A refeição principal completa deve apresentar, por pessoa, entre 450 e 750 g de alimentos prontos, sendo 450 g o limite mínimo técnico para caracterizar uma refeição equilibrada.

A distribuição média é a seguinte:

  • Prato principal: alimentos proteicos de origem animal ou vegetal, entre 150 e 200 g.
  • Acompanhamentos ou guarnições: 300 a 500 g no total, podendo incluir:
  • Carboidrato base, como arroz, massas ou raízes (batata, mandioca): 120 a 200 g.
  • Leguminosas, como feijão e similares: 80 a 150 g.
  • Legumes cozidos ou salteados e verduras cruas: 100 a 150 g.
  • Molhos e complementos, como farofa, grãos ou guarnições extras: 30 a 50 g ou ml.

Essa combinação garante variedade, equilíbrio nutricional e satisfação ao final da refeição.

A sobremesa encerra a refeição e deve ser servida com equilíbrio, respeitando o contexto do almoço ou jantar e a composição dos pratos anteriores. As porções recomendadas variam entre 80 e 150 g por pessoa, conforme o tipo de sobremesa:

  • Sobremesas cremosas, como mousse, pudim ou cremes: 80 a 120 g.
  • Tortas, bolos e sobremesas assadas: 90 a 120 g.
  • Sorvetes e sobremesas geladas: 80 a 100 g, equivalente a uma bola média.
  • Frutas in natura: 120 a 150 g.
  • Compotas de frutas: 80 a 100 g, por apresentarem maior concentração de açúcares.

As quantidades apresentadas neste site servem como referência técnica por pessoa, considerando uma refeição equilibrada e completa, independentemente do rendimento total da receita, que pode variar conforme o número de porções preparadas. Em cada receita, a porção informada é definida a partir da forma principal de serviço adotada.

Quando uma mesma preparação puder ser utilizada em diferentes etapas da refeição, como couvert, entrada, acompanhamento ou prato principal, a quantidade indicada estará sempre especificada nos “Toques finais e sugestões”, indicando para qual serviço aquela porção foi calculada.

Caso a receita seja servida em outra função dentro da refeição, a quantidade deve ser ajustada para mais ou para menos, respeitando o papel do prato no conjunto servido. Para essa adaptação, considere sempre:

  • A função da preparação na refeição – Uma mesma receita pode desempenhar papéis distintos. Quando servida como prato principal, a porção tende a ser maior. Ao assumir função de acompanhamento, entrada ou complemento, a quantidade deve ser reduzida proporcionalmente.
  • A variedade de pratos servidos – Quanto maior o número de preparações na refeição, menor tende a ser a porção individual de cada uma, garantindo equilíbrio e evitando excessos.
  • A densidade e a composição do prato – Preparações ricas em proteínas, gorduras ou carboidratos promovem maior saciedade e pedem porções menores. Pratos leves, à base de legumes, verduras ou caldos, comportam volumes maiores.
  • O contexto da refeição – Almoços, jantares formais, refeições informais ou menus degustação exigem ajustes naturais de quantidade, respeitando o ritmo e a experiência à mesa.

Sempre que necessário, utilize as tabelas e orientações desta página como guia para ajustar as porções, mantendo equilíbrio, prazer e coerência na composição da refeição.

Para preparar uma receita para mais pessoas, utilize a porção indicada por pessoa como base de cálculo, conforme o serviço especificado nos “Toques finais e sugestões”. Essa indicação corresponde a apenas um tipo de serviço (por exemplo, prato principal, acompanhamento ou entrada).

Caso a mesma receita seja utilizada em outra etapa da refeição, a quantidade por pessoa não estará reapresentada na receita e deverá ser avaliada e ajustada com base nas tabelas e orientações deste capítulo, de acordo com a função do prato no conjunto da refeição.

Procedimento básico:

  • identifique a quantidade indicada por pessoa nos “Toques finais e sugestões”;
  • multiplique essa quantidade pelo número total de pessoas que serão servidas;
  • se a receita for utilizada em outro tipo de serviço, ajuste a porção por pessoa conforme as referências deste capítulo;
  • faça um ajuste final considerando a ocasião e o perfil da refeição.

Como margem de segurança, recomenda-se preparar 5% a 10% a mais, especialmente em refeições coletivas.


Eu sou graduada e pós graduada na área de gastronomia e compilei todos os anos de estudo em apostilas que estou transformando em um livro “Diário da Gastronomia. De Tudo… Um Pouco.” (Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta, A Multiface). Através deste site postarei informações importantes que contribuirá para aumentar o conhecimento dos leitores na área de gastronomia A parte teórica pode ser encontrada na páginaConceitos e Teorias“. Quanto à prática, os leitores podem ir treinando com asReceitaspostadas. Todas as receitas foram previamente testadas.


Gostou da Receita? Então Compartilhe.
Alguma dúvida ou sugestão? Poste aqui ou, se preferir, envie um e-mail adrianatenchini@outlook.com

Receba novos conteúdos na sua caixa de entrada.


Posts Recentes Receitas

Escritora, Produtora de Conteúdo, Publicitária e Gastrônoma.

E não esqueça de seguir as minhas redes sociais.

Imagem da capa: Adriana Tenchini

Deixe um comentário