Pimenta do Reino
Nome científico: Piper Nigrum
Sinônimo: Pimenta do Reino
Origem: originária da Ásia. Era chamada de pimenta de Portugal durante o período colonial brasileiro. Depois da colonização no Brasil passou a ser chamada de pimenta do reino, pois provinha do reino de Portugal. Durante a colonização existia um forte comércio de pimenta, elevando tanto o seu valor que chegou a ser empregada como moeda. Na Idade Média o uso da pimenta era para disfarçar o gosto dos alimentos em decomposição. Atualmente, é usada na indústria de carnes e conservas. O Brasil é conhecido como um dos maiores produtores de pimenta do reino.

Características: é uma espécie perene, semi-lenhosa e trepadeira que pode atingir até 5 metros de altura. O caule é formado por duas partes distintas: a haste central que possui raízes adventícias[1], que se originam nos nós, e as hastes laterais, que são desprovidas de raízes e de onde se originam as flores e frutos. As folhas são pecioladas[2] localizadas à altura dos nós e a inflorescência é uma espiga que pode atingir 10 a 12 cm. Fruto pequeno, globoso com uma só semente e quando maduro possui de 4 a 6 mm de diâmetro e a casca adquire coloração avermelhada.
Uso Medicinal: a pimenta do reino oferece benefícios à saúde devido aos compostos bioativos presentes, principalmente a piperina. A piperina é um alcaloide natural que confere seu sabor picante e é considerada um tipo de antioxidante que ajuda a diminuir o risco de doenças crônicas como arteriosclerose, doenças cardiovasculares e condições neurológicas. A pimenta do reino tem funções antibacterianas, anti-inflamatórias e termogênicas no organismo. É muito utilizada na medicina ayurveda, pois ajuda no sistema digestivo e na absorção de nutrientes. Ainda pode ser consumida como chá e óleo essencial. Deve-se ficar atento à quantidade, pois a ingestão excessiva de pimenta do reino pode levar a uma alergia, causando desconfortos intestinais.
Uso na Gastronomia: é uma das especiarias mais utilizadas no mundo. Tem um sabor forte, levemente picante, sem comprometer o paladar. É encontrada na forma de grãos ou em pó. É comum encontrá-la nas mesas dos restaurantes ocidentais junto com o sal. É amplamente utilizada como tempero de marinadas, sopas, carnes e finalizações de receitas. Para preservar seus aromas e sabores, é preferível adicionar a pimenta do reino no final do cozimento ou antes de servir. Quanto mais fina a moagem da pimenta do reino, maiores as chances de causar irritação na garganta. O ideal é utilizar uma moagem mais grossa (proive mignonnette). Utilize a pimenta do reino com moagem grossa como um revestimento para carnes e legumes.
Poivre mignonnette: é o nome francês dado à pimenta do reino triturada ou grosseiramente picada. É utilizada a pimenta do reino preta ou branca. É uma maneira de adicionar, além do sabor e aroma da pimenta, a crocância em um preparo. Exemplo de pratos que utilizam este processo: Sauce au poivre (molho de pimenta) e Sauce Béarnaise (molho Béarnaise).
Au proive: designação francesa que indica que um prato, normalmente de carne, é preparado com uma porção de pimenta do reino triturada ou grosseiramente picada (mignonnette). Exemplo: Steak au poivre. A pimenta do reino pode ser encontrada em diversos estágios de maturação e por isso, apresenta diversas colorações: preta, verde e branca. A pimenta do reino verde e a pimenta do reino preta são colhidas em um mesmo estágio de maturação, a diferença entre as duas é o processo de desidratação. A preta é seca ao sol e a verde é rapidamente desidratada para preservar a cor. O processo de desidratação é realizado com dióxido de enxofre, congelamento ou enlatamento. A pimenta do reino branca é colhida depois do seu amadurecimento.

Pimenta do reino preta: pimenta preta, pimenta do reino preta, pimenta redonda ou rainha das especiarias (king of spices). É a pimenta mais comercializada do mundo. Pode ser encontrada em grãos ou moída. Para muitos chefs, é o ingrediente básico de qualquer tipo de receita salgada. Tem ardência média e pode ser utilizada para realçar o sabor das massas, incrementar um fundo ou molho, temperar carnes vermelhas e muito mais.
Pimenta do reino branca: possui sabor mais brando e suave. É utilizada para incrementar os pratos culinários, principalmente os caldos e molhos brancos. Também usada para realçar o sabor em peixes e frangos. Pode ser encontrada em grãos ou moída. É referência na gastronomia francesa, tailandesa e chinesa.


Pimenta do reino verde: é normalmente vendida em salmouras ou imersa no vinagre. Tem aroma menos acentuado, textura lisa e não apresenta ardência. É ideal para adicionar sabor em molhos para saladas, carnes, peixes ou aves sem acrescentar picância. Harmoniza muito bem com vegetais e molhos claros, como bechamel, molho de mostarda e outros. É também ótima para saborizar carnes vermelhas ou temperar marinadas. A pimenta do reino verde é muito usada na hora do preparo de molho de filés.
Armazenamento: a pimenta do reino perde aroma e sabor por evaporação e quando exposta à luz. Por isso, os grãos devem ser armazenados em um recipiente fechado e ambiente escuro para que seu sabor e ardência preserve por mais de um ano.
Curiosidades: 1. na espiritualidade, a pimenta do reino preta é associada a proteção, purificação, banimento e descarrego. 2. Em muitas culturas, a pimenta é usada como amuleto da sorte, para afastar energias negativas, maus espíritos, inveja e mau-olhado.
[1] Raízes adventícias – são raízes que nascem em locais não habituais de uma planta, como em suas folhas ou caules, e não a partir da raiz primária do embrião
[2] Folhas Pecioladas – são folhas que possuem pecíolo, ou seja, a parte delgada que liga o limbo da folha ao caule. O pecíolo é também conhecido como pé da folha.
Steak au Poivre
É um dos mais tradicionais pratos da cozinha francesa. Sua tradução literal é “Bife com Pimenta” e consiste em um bife de filé com crosta de pimenta do reino e molho cremoso.
Sopa Cremosa de Batata e Cenoura
É uma receita muito consumida no Reino Unido. Pode ser consumida quente ou fria.

Saiba Mais:
Conceitos e Teorias de Gastronomia

Receitas com Pimenta do Reino
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Eu sou graduada e pós graduada na área de gastronomia e compilei todos os anos de estudo em apostilas que estou transformando em um livro “Diário da Gastronomia. De Tudo… Um Pouco.” (Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta, A Multiface). Através deste site postarei informações importantes que contribuirá para aumentar o conhecimento dos leitores na área de gastronomia A parte teórica pode ser encontrada na página “Conceitos e Teorias“. Quanto à prática, os leitores podem ir treinando com as “Receitas” postadas. Todas as receitas foram previamente testadas.
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Escritora, Produtora de Conteúdo, Publicitária e Gastrônoma.
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REFERÊNCIAS:
INSTITUTO Americano de Culinária. O chef profissional. 3. ed. São Paulo: Senac, 2010.
LINGUANOTTO NETO, N. Ervas e especiarias com suas receitas. São Paulo: Editora Gourmet Brasil, 2006.
PELT, J. M. Especiarias e ervas aromáticas: história, botânica e culinária. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.



