Molhos Quentes e Frios

Molhos Quentes

e Frios

“Uma receita não tem alma. É o cozinheiro que deve dar alma à receita.” (Thomas Keller)

Os molhos são preparações versáteis e fundamentais na construção de sabores, aromas e texturas. Sua função vai além de “acompanhar” um prato, eles o complementam, realçam ingredientes e muitas vezes se tornam o verdadeiro protagonista da receita. Em sua essência, muitos molhos derivam de caldos ou fundos de cozinha (claros e escuros) e são tradicionalmente classificados em duas grandes categorias: quentes e frios, dependendo da forma de preparo, temperatura de serviço e tipo de aplicação culinária.

Existem diversas formas de classificar os molhos. A mais conhecida e adotada em livros didáticos de cozinha é baseada na tradição clássica francesa, sistematizada principalmente entre os séculos XIX e XX por chefs como Marie-Antoine Carême e Auguste Escoffier. Essa tradição serviu de base para o desenvolvimento da chamada haute cuisine (alta cozinha), vertente refinada da culinária francesa que busca elevação estética, técnica apurada e equilíbrio sensorial nos pratos. Dentro desse sistema, foi estabelecida a classificação dos molhos-mãe, considerados os pilares da estrutura culinária clássica e utilizados como base para inúmeras variações.

Essa classificação inclui:

  • Molhos-mãe (ou molhos-base): são os pilares da cozinha clássica francesa e se dividem em cinco preparações principais:
    • Béchamel – à base de leite e roux branco.
    • Velouté – feito com caldo claro e roux claro.
    • Espanhol – preparado com fundo escuro e roux escuro.
    • Tomate – tradicionalmente feito com tomates cozidos, podendo incluir caldo, ervas e gorduras.
    • Holandês – uma emulsão quente à base de gemas e manteiga clarificada.
  • Esses molhos podem ser preparados em grandes quantidades e, a partir deles, criam-se os chamados molhos derivados ou compostos, que incorporam ingredientes adicionais como ervas, condimentos, vegetais ou outros líquidos.
  • Molhos contemporâneos: não se enquadram nos padrões clássicos, geralmente têm tempo de preparo mais curto, são específicos para determinadas receitas e técnicas, e raramente utilizam o roux como espessante.
  • Molhos modernos: produtos da gastronomia molecular, esses molhos utilizam espessantes e estabilizantes alternativos (como goma xantana, goma guar, agar-agar, entre outros), além de técnicas inovadoras como esferificação, aeração ou gelificação, com foco em novas texturas e apresentações.

Além dessa categorização, nas receitas apresentadas nesta página, os molhos também são organizados conforme suas características técnicas, texturas ou métodos de preparo, permitindo uma abordagem mais prática e atual:

  • Molho espessado: preparado com agentes que aumentam a viscosidade e conferem corpo à preparação, como pectina, amido de milho, farinha de trigo, goma xantana, gelatina ou agar-agar. Esses espessantes podem ser de origem animal ou vegetal, sendo os vegetais os mais utilizados na gastronomia contemporânea.
  • Molho reduzido: obtido pela evaporação lenta de líquidos (caldos, vinhos, sucos, etc.), intensificando o sabor e conferindo espessura sem necessidade de espessantes. A redução concentra os ingredientes e realça o sabor. A base pode incluir vinho tinto, vinagre balsâmico, frutas vermelhas, maracujá, cerveja escura, entre outros. Em geral, a redução deve atingir pelo menos 25% do volume original para atingir uma boa consistência.
  • Molho emulsionado: resultado da combinação de dois líquidos imiscíveis, como óleo e água, por meio de agitação vigorosa ou estabilização com agentes emulsificantes. As emulsões se dividem em:
    • Instáveis – separação rápida das fases líquidas (ex.: vinagrete).
    • Semiestáveis – permanecem homogêneas por um tempo limitado (ex.: molho de mostarda e mel).
    • Estáveis – mantêm-se uniformes por longos períodos, com uso de emulsificantes como gema de ovo, lecitina ou mostarda (ex.: maionese, hollandaise).
  • Molho condimentado: preparado à base de ervas, especiarias, condimentos e ingredientes aromáticos. Pode ter textura líquida, cremosa ou pastosa. São usados tanto no preparo de pratos quanto como acompanhamento direto. Exemplos incluem ketchup, mostarda, molho inglês, shoyu, molho de pimenta e tarê.

É importante ressaltar que um único molho pode pertencer a mais de uma dessas categorias. Por exemplo, uma maionese artesanal de ervas pode ser ao mesmo tempo um molho emulsionado, espessado e condimentado. Essa sobreposição de classificações demonstra a riqueza técnica e criativa por trás dos molhos e amplia as possibilidades na construção de pratos.

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Meu nome é Adriana Tenchini, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais. Sou uma amante do conhecimento e tenho como formação os cursos: Graduação em Eventos, Bacharelado em Publicidade e Propaganda, Graduação em Gastronomia, Graduação em Cozinha Contemporânea, MBA em Administração Estratégica, Pós-graduação em Gestão da Qualidade em Gastronomia e vários cursos extracurriculares nas áreas de eventos, gastronomia, design, web design, terapia holística, esoterismo e outros. Além da minha formação acadêmica, sou produtora de conteúdo, escritora, espírita, terapeuta holística, produtora de laticínios vegetais e mãe.

Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta, A Multiface.


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Escritora, Produtora de Conteúdo, Publicitária e Gastrônoma.

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Imagem Adriana Tenchini