Salsinha

Nome científico: Petroselinum sativum L.

Sinônimo: Salsinha, salsa, salsa de cheiro, salsa das hortas

Origem: Nativa da região mediterrânea central (sul da Itália, Argélia e Tunísia), naturalizada em toda a Europa.

Salsa lisa. Fonte: Imagem de baakk por Pixabay

Características: é uma planta herbácea, condimentar e medicinal. Erva anual ou bienal, ereta, aromática, medindo de 15 a 90 cm de altura. Raiz carnosa e bem desenvolvida. Forma touceiras, com longos ramos e folhas brilhantes, planas, divididas em folíolos também repartidos. Ao final de um ou dois anos, a salsinha emite inflorescências altas com numerosas flores amarelas e esverdeadas. Depois forma sementes ovoides de cor parda e após a planta morre.

Uso Medicinal: é considerada diurética, emenagoga[1], sedativa[2] e antiparasitária.

Uso na Gastronomia: De sabor agradável e aroma suave, a salsinha complementa as mais variadas receitas, agindo como um realçador de sabor. Uma das ervas mais utilizadas na cozinha, no Brasil e no mundo. Na culinária francesa, a salsinha compõe o bouquet garni[3], sendo utilizada somente os talos, junto com alho poró, salsão, tomilho e louro, todos amarrados com barbante. Talos de salsinha fazem parte também do Sachet d’epices[4], juntamente com grãos de pimenta do reino, tomilho e louro enrolados em uma gaze. Ainda é utilizada no tempero Ervas finas francesas[5] misturada com estragão, cerefólio e cebolinha francesa. No Brasil, a salsinha juntamente com a cebolinha faz parte do cheiro verde. A salsinha é utilizada em quase todos as preparações. Pode ainda ser consumida em sucos e vitaminas.

Tipos: Existem diferentes espécies de salsinha que apresentam variações em tamanho, formato das folhas e gosto. Relacionarei apenas três:

Salsa Lisa: é a mais comum nas cozinhas brasileiras. Ela tem este nome devido às folhas planas que possui. O gosto da erva é mais intenso e o talo do vegetal também faz parte da composição das receitas. Para dar mais sabor aos pratos. Pode utilizá-la para fortalecer a textura e o sabor no preparo de caldos e sopas, e até mesmo na confecção de saladas com alface e outros tipos de hortaliças.

Salsa lisa. Fonte: Imagem de baakk por Pixabay
Salsa Crespa. Fonte: Imagem de tegrafik por Pixabay

Salsa Crespa: apresenta um gosto mais suave que combina muito bem com massas. Pode ser usada para temperar molhos, como pesto e bolonhesa e ainda é indicada para decoração dos pratos.

Salsa Graúda Portuguesa: suas folhas são grandes e largas. Tem um sabor encorpado, ideal para acompanhar carnes vermelhas, principalmente quando preparadas ao vinho. Pode-se acrescentar a salsa graúda durante o preparo de molhos para as proteínas e utilizá-la com decoração ao final da receita. Para pratos vegetarianos e veganos, a salsa graúda é uma ótima opção para o tempero de proteínas de soja.

Salsa Graúda Portuguesa. Imagem de Gulzer Hossain por Pixabay

Armazenamento: pode ser conservada em geladeira por até uma semana, para isso, deve lavá-la bem e mantê-la em um pote fechado. Para congelar, lave, seque bem e leve ao congelador em um pote com tampa ou em um saquinho plástico próprio para congelamento. Dessa forma, durará até 4 meses e pode ser usada aos poucos.

Curiosidades: é usada para proteger contra energias negativas e olho-gordo.

Benefícios nutricionais e/ou medicinais:

1. Fortalece o sistema imunológico: por ser rica em vitamina C, zinco, vitamina A, ácido fólico (vitamina B9) e antioxidantes[6], em especial o flavonoide[7] luteolina[8], atua como anti-inflamatório e ajuda a aumentar as defesas do organismo, fortalecendo o sistema imunológico.

2. Auxilia na saúde do sistema nervoso: por ser rica em ácido fólico, a salsinha auxilia no funcionamento dos neurônios, no tratamento de depressão e de outros problemas emocionais. Além de evitar a fadiga e o estresse.

3. Combate a retenção de líquido: com alto teor de água na composição, ajuda a reduzir inchaço pelo corpo, pois combate a retenção de líquidos. A salsinha é um alimento diurético.

4. Ajuda a controlar a diabetes: por ser diurético, a salsinha auxilia na redução da glicose do sangue. Devido a presença de flavonoides também ajuda a prevenir o surgimento da diabetes.

5. Melhora a digestão: por ser rica em fibras e nutrientes, a salsinha melhora o sistema digestório, ajudando a prevenir cólicas e flatulências.

6. Promove a saúde da visão: a vitamina A presente na salsinha ajuda a prevenir doenças relacionadas à visão.

7. Fortalece os ossos: A vitamina K presente na salsinha ajuda a evitar excesso de perda óssea, deixando os ossos mais fortes e resistentes. Também ativa algumas proteínas que aumentam a densidade óssea e estimula a fixação do cálcio nos ossos e nos dentes, prevenindo a osteoporose.

8. Previne a anemia: por ter alto teor de ferro e de ácido fólico, ajuda a prevenir a anemia.

9. Previne doenças cardíacas: o ácido fólico presente na salsinha evita a formação de placas, ajudando a manter a saúde dos vasos sanguíneos e prevenindo doenças do coração.

10. Cuida da saúde da pele: a salsinha contém vitamina A que possui ação antioxidante prevenindo o envelhecimento precoce. Contém ainda vitamina C que promove a formação de colágeno no organismo. Além disso, o ácido fólico presente na salsinha fortalece a pele, os cabelos e as unhas. 

Tabela Nutricional da Salsinha:

Porção de 100 gramas

NUTRIENTEQUANT.UNID.
Calorias (valor energético)36kcal
Água87,71g
Proteína2,97g
Carboidratos6,33g
Gorduras Totais0,79g
Cálcio138mg
Ferro6,2mg
Magnésio50mg
Fósforo58mg
Potássio554mg
Sódio56mg
Zinco1,07mg
Vitamina A, Retinol421µg
Vitamina B1, Tiamina0,086mg
Vitamina B2, Riboflavina0,098mg
Vitamina B3, Niacina1,313mg
Vitamina B6, Piridoxina0,09mg
Vitamina B9, Ácido Fólico152µg
Vitamina B12, Cianocobalamina0µg
Vitamina C, ácido ascórbico133mg
Vitamina D0mg
Vitamina K1640µg
Gorduras saturadas0,132g
Gorduras monoinsaturadas0,295g
Gorduras poli-insaturadas0,124g
Colesterol0g
Fonte: TABELA DE COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ALIMENTOS. São Paulo: Departamento de Informática em Saúde, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. Disponível em: https://tabnut.dis.epm.br/Alimento

Chá de Salsinha

O Chá pode ser utilizado para aumentar a imunidade, combater a infecção urinária, as pedras nos rins, controlar a hipertensão e a retenção de líquidos.

Suco Detox de Salsinha, Cenoura e Couve

O suco é rico em antioxidantes que ajudam a manter a pele jovem e saudável, aumenta a imunidade, combate a retenção de líquidos, ajudando em dietas para emagrecer.


[6]Antioxidantes – São substâncias que podem impedir ou retardar os danos às células causados pelos radicais livres. Os radicais livres são moléculas instáveis produzidas pelo organismo humano por causa de alguns alimentos ingeridos ou pela queima de oxigênio ao respirarmos. Em níveis normais, os radicais livres não são prejudiciais à saúde, porém, em excesso podem ser tóxicos para o corpo, prejudicando o funcionamento celular e desenvolvendo doenças.

[7] Flavonoides – São moléculas que protegem as plantas e são responsáveis pela sua coloração. Elas também apresentam atividades farmacológicas importantes para o nosso organismo, tais como: antioxidante, anti-inflamatória, hormonal, antitumoral e antiviral.

[8] Luteolina – é um flavonoide com alta atividade antioxidante.

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Eu sou graduada e pós graduada na área de gastronomia e compilei todos os anos de estudo em apostilas que estou transformando em um livro “Diário da Gastronomia. De Tudo… Um Pouco.” (Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta, A Multiface). Através deste site postarei informações importantes que contribuirá para aumentar o conhecimento dos leitores na área de gastronomia A parte teórica pode ser encontrada na páginaConceitos e Teorias“. Quanto à prática, os leitores podem ir treinando com asReceitaspostadas. Todas as receitas foram previamente testadas.


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REFERÊNCIAS:

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL. Artigos publicados no site “Conquiste sua vida – taeq”. Disponível em: https://www.conquistesuavida.com.br/tag/alimentacao-saudavel_t4/1

PROPRIEDADES DOS ALIMENTOS. Artigos publicados no site “Mundo Boa Forma”. Disponível em: https://www.mundoboaforma.com.br/dieta/propriedades-dos-alimentos/

PLANTAS MEDICINAIS. Artigos publicados no site “Tua Saúde”. Disponível em: https://www.tuasaude.com/t/tema-plantas-medicinais/

TEMPEROS. Artigos publicados no site “Cozinha Técnica”. Disponível em: https://www.cozinhatecnica.com/temperos/

TABELA DE COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ALIMENTOS. São Paulo: Departamento de Informática em Saúde, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. Disponível em: https://tabnut.dis.epm.br/Alimento

Ervas

Aromáticas

Derivado do latim herba. Os botânicos classificam as ervas aromáticas como plantas herbáceas[1], que não possuem caule lenhoso. Na gastronomia, as Ervas Aromáticas são definidas como plantas cujas folhas, e em alguns casos, os talos e o bulbo[2] são utilizadas para aromatizar as preparações. As Ervas Aromáticas possuem aroma suave e persistente, agradável e penetrante. Muitas vezes o seu perfume é mais evidente do que o sabor. Podem ser utilizadas sozinhas ou em combinação harmoniosa para agregar sabor, perfumar, colorir ou ressaltar os pratos na montagem. Ex.: Salsinha, manjericão, sálvia, coentro etc.

No campo medicinal, as ervas também são utilizadas, tais como chá de manjericão (combate a ansiedade), chá de salsão (auxilia na digestão), chá de hortelã (calmante), suco detox de salsinha (aumenta a imunidade) etc. A grande maioria das ervas podem ser utilizadas desidratadas ou secas, porém, elas perdem a sua característica principal, pois os compostos aromáticos se volatizam na desidratação.

Ao escolher uma erva, a principal distinção deve ser o odor, ela deve ser sempre extremamente aromática. Não deve ter folhas, nem caule murchos. A coloração tem que ser uniforme e de aspecto vistoso. Para a conservação, pode-se embalar em papel levemente umedecido, acondicionar em sacos plásticos ou caixas plásticas fechadas, e armazenar na geladeira.

As ervas podem ser encontradas em todas as latitudes e longitudes do globo terrestre, com exceção dos polos. O uso ancestral das ervas aromáticas está presente em todas as culturas e regiões do globo, pois além do óbvio aspecto gustativo, as ervas sempre contribuíram nutricionalmente e agem como elemento de segurança alimentar (algumas possuem compostos bactericidas).

Abaixo segue relação com algumas Ervas Aromáticas. Gradativamente postarei informações sobre cada uma delas: origem, características, usos e benefícios nutricionais e medicinais.



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CAPA: Imagem de Conger Design por Pixabay

CEBOLA E ALHO: Imagem de Robert Owen-Wahl por Pixabay.

SALSA: Imagem de baakk por Pixabay

CEBOLINHA: Imagem de Alicja por Pixabay

ALHO PORÓ: Imagem de congerdesign por Pixabay

MANJERICAO: Imagem de Ulrike Leone por Pixabay

SALSAO: Imagem de Beverly Buckley por Pixabay

LOURO: Imagem de Anna por Pixabay

COENTRO: Imagem de ivabalk por Pixabay

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DILL – ENDRO: Imagem de Eszter Miller por Pixabay

ERVA DOCE: Imagem de Katharina Klinski por Pixabay

SALVIA: Imagem de Hans por Pixabay

ESTRAGAO: Imagem de Nathan Elliot por Pixabay

CAPIM LIMAO: Imagem de Bishnu Sarangi por Pixabay

CEREFOLIO: Imagem de ivabalk por Pixabay


REFERÊNCIAS:

GISSLEN, Wayne.[tradução: Lorecy Scavarazzini, Maria Augusta R. Tedesco e Marlene Deboni]. Culinária Profissional. 6ª Ed. Barueri, SP: Editora Manole, 2012.

WRIGHT, Jeni; TREUILLE, Eric. [tradução: Eleonora Bottmann e Vera Caputo. Técnicas Culinárias. Le Cordon Bleu. 2ª Ed. São Paulo, SP. Editora Marco Zero.

FARHÁ, Léo; SPIESS, Jean Carlos. Preparo prévio dos alimentos. Módulo 2014.1. Edição Revista e Ampliada. Apostila do curso de Gastronomia do Centro Universitário Estácio da Bahia, 2014, 60 páginas.

Salgados,

Salinos

São utilizados para melhorar o sabor dos alimentos e preservar as suas propriedades, impedindo a proliferação de bactérias devido à sua capacidade de retirar a água que está ao redor. Deve-se ter cuidado durante a cocção porque os líquidos ao reduzir, aumentam a concentração de sal. É usado mundialmente em quase todos os pratos e sua exata dosagem define um resultado positivo ou não. É encontrado em várias formas: refinado, marinho, grosso e em pedras. O sal marinho é o mais indicado para a culinária, pois proporciona à receita um sabor agradável e pouco ácido.

Sal de Cozinha (NaCl)

É o mais comum e é encontrado em grande quantidade na natureza. É utilizado como conservante e dá sabor aos alimentos. A legislação brasileira exige que se adicione iodo em sua composição.

Sal Grosso

É o sal de cozinha não refinado, usado normalmente para temperar carnes, assados, churrasco e peixes.

Sal Light

Possui teor de sódio reduzido, porque é originado da mistura de cloreto de sódio e de potássio. É utilizado em dietas de restrição de sal.

Sal Marinho

É extraído pela evaporação da água do mar. Tem a forma de cristais e de cores variadas (depende da procedência). É utilizado na cozinha macrobiótica após ser moído.

Sal Marinho. Imagem de Marek por Pixabay.

Flor de Sal

É um ótimo realçador de sabor. Contém menos cloreto de sódio e é feito de cristais ocos que são facilmente dissolvidos. Combina com frutos do mar e deve ser adicionado no final da preparação.

Sal Rosa ou Sal do Himalaia

Sal Rosa. Imagem de Pictavio por Pixabay

É encontrado aos pés da montanha do Himalaia. Possui tom rosado devido à presença de manganês e ferro, porém, o seu sabor não é muito diferente.

Sal Defumado

Tem sabor e aroma peculiares que dão um toque especial nas receitas.

Sal Kosher

É extraído de minas ou do mar sob a supervisão de rabinos. Tem a granulação grossa e irregular. É o preferido por alguns chefs por aderir bem à superfície de carnes.

Gersal

Sal misturado a sementes de gergelim tostadas e moídas. É utilizado na cozinha macrobiótica.

Sal de Aipo

Sal de cozinha misturado com grãos de aipo secos e moídos. Bom para temperar carnes, peixes grelhados e caldos consomês.

Missô

Pasta resultante de um longo processo de fermentação da soja misturada com outros cereais. Pode ser utilizado como substituto do sal em sopas, refogados e leguminosas.


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FONTES DAS IMAGENS:

SALGADOS, SALINOS: Imagem de OREANA TOMASSINI por Pixabay


REFERÊNCIAS:

GISSLEN, Wayne.[tradução: Lorecy Scavarazzini, Maria Augusta R. Tedesco e Marlene Deboni]. Culinária Profissional. 6ª Ed. Barueri, SP: Editora Manole, 2012.

WRIGHT, Jeni; TREUILLE, Eric. [tradução: Eleonora Bottmann e Vera Caputo. Técnicas Culinárias. Le Cordon Bleu. 2ª Ed. São Paulo, SP. Editora Marco Zero.

FARHÁ, Léo; SPIESS, Jean Carlos. Preparo prévio dos alimentos. Módulo 2014.1. Edição Revista e Ampliada. Apostila do curso de Gastronomia do Centro Universitário Estácio da Bahia, 2014, 60 páginas.

O Calor

Muitos não acham que exista diferença entre calor e temperatura. Mas esses dois termos têm conceitos inteiramente diferentes e conhecê-los ajudará a compreender os diversos métodos de cocção (BARHAM apud FREIRE).

Calor é a energia que flui de um corpo quente para um corpo frio. Temperatura é a medida da forma que o calor fluirá. Quando dois objetos de diferentes temperaturas são colocados em contato, o calor sempre fluirá do que está com maior temperatura para o que está com menor temperatura.” (BARHAM apud FREIRE).

Figura 1 – Transmissão de calor. Fonte: Alquimia dos Alimentos – SENAC

O calor é um tipo de energia. Quando um alimento fica quente, suas moléculas vibram, aumentam e “batem” umas nas outras transferindo energia entre si. Quanto mais as moléculas se movem, mais quente fica o alimento. O calor é o princípio básico utilizado na cocção de alimentos. Pode ser direto ou indireto e ser gerado a partir de diversas fontes, tais como: carvão, gás, eletricidade, ondas eletromagnéticas, radiação solar etc.

A transmissão de calor para os alimentos pode ser realizada por três processos:

  • Condução;
  • Convecção;
  • Radiação.

Condução – Contato Direto

Condução é a transferência de calor por contato direto das partículas da matéria. A transmissão de calor ocorre de forma lenta e direta e é realizada através do contato entre as moléculas, o corpo mais quente cede calor ao corpo mais frio. Esta ação persiste até que o calor da fonte alcance as moléculas mais distantes. Ex.: uso de chapas, assadeiras, panelas, formas, entre outros.

O cozimento ocorre de fora para dentro a partir da fonte de calor. Desta forma, pode-se ter diferentes temperaturas nas várias camadas de um alimento. Por exemplo: um medalhão de filé mignon grelhado por igual, será dourado no exterior, rosado nas primeiras camadas e vermelho em seu interior. Ele terá a temperatura interna menor que a temperatura externa, causando diferenças significativas na cor, sabor e textura.

Figura 2 – Condução. Fonte: Adriana Tenchini

As chapas para grelhar alimentos são exemplos de recipientes em que a transferência de calor se faz por condução. No entanto, os materiais de que são feitos os utensílios e equipamentos diferem quanto a maior ou menor condutibilidade. Os de metais são excelentes condutores térmicos, dada a grande quantidade de elétrons livres. Os de vidro, pela menor quantidade de elétrons livres, não são bons condutores; o ar e o espaço entre as moléculas caracterizam baixa condutibilidade (ARAUJO apud FREIRE).

As partes de um alimento mais afastada da fonte de calor demora mais tempo para esquentar. Por exemplo ao grelhar qualquer insumo temos que virá-lo para que o calor seja conduzido por toda a peça. Porém, se o alimento estiver imerso em líquido, a condução do calor será homogênea em toda a sua superfície, porque o líquido que o envolve está na mesma temperatura. Neste caso, a parte interna que mais demora para atingir a temperatura é o centro geométrico deste alimento.

Equipamentos de Cocção por Condução

Materiais diferentes conduzem calor a velocidades diferentes. A intensidade da chama (do calor) e os materiais dos utensílios tem influência no tempo e na temperatura a ser atingida. Por exemplo, para selar uma carne, o calor precisa ser intenso no início da cocção. O material ideal para essa função é o ferro. Ele é excelente condutor de calor, transferindo-o rapidamente para o alimento. Grelhas, frigideiras, chapas e panelas de ferro são as mais indicadas para selar e grelhar alimentos. O alumínio conduz menos calor que o ferro, e, se for revestido com camada antiaderente, a condução diminui ainda mais. Alguns exemplos de equipamentos: Chapa lisa, Chapa estriada, Char Broiler a gás, Frigideira banho-maria, Frigideira oriental, Panelas, Chapas, Assadeiras, Formas etc.

Convecção – Contato Indireto

Convecção é a transferência de calor através de um fluido líquido (incluindo gordura quente) ou gasoso, circulação de ar ou água, em que ocorre o deslocamento de moléculas aquecidas, que se tornam menos densas e sobem à superfície, substituindo-se pelas mais frias e densas, que vão para o fundo do recipiente. Na presença de uma barreira sólida, a corrente de convecção desloca ao redor do alimento. Ex.: alimentos preparados com algum líquido, cozimento de arroz ou feijão, fritura por imersão.

Figura 3 – Correntes de Convecção. Vermelha – Quente. Azul – Fria.

“Na cocção de alimentos em água fervente, o calor é transferido primeiro por condução a partir do fundo da panela. Depois, pelas correntes de convecção. No interior do alimento, a transferência se faz por condução”.(ARAUJO apud FREIRE).

Convecção Natural

Os líquidos e gases quentes sobem enquanto os frios descem provocando uma movimentação contínua e circular. Em qualquer panela cheia de líquido, um forno tradicional ou uma fritadeira por imersão, uma circulação natural e constante distribui o calor.

Convecção Mecânica

É a utilização de movimentos artificiais para acelerar a movimentação do meio para aumentar a agitação das moléculas, tornando o processo de cocção mais rápido e homogêneo. Os fornos combinados e fornos de convecção possuem ventiladores para acelerar a circulação do calor que é transferido para o alimento mais rapidamente e este, por sua vez, cozinha mais rápido.

Líquidos espessos em um processo de convecção natural é muito lento. O calor não é transportado com a rapidez suficiente, grudando no fundo e queimando o alimento. Mexer redistribui o calor e ajuda a evitar que queime. A utilização de panelas pesadas confeccionadas com materiais bons condutores de calor também conduz o calor de forma rápida e uniforme no fundo e nas laterais.

Equipamentos de Cocção por Convecção

  • Fornos convencionais a gás; Fornos de convecção forçada de ar; Fritadeira; Banho-maria.

Radiação

Na Radiação, ondas de energias emitidas de fontes específicas se transformam em calor quando atingem o alimento. As ondas vibram em frequência alta, deslocando rapidamente, elevando a temperatura na superfície do alimento e espalhando-se por condução pelo interior do alimento. Neste método não é preciso que haja contato físico entre o alimento e a fonte de calor.

Na (ir) radiação o calor se transfere pelo espaço. Na culinária, a irradiação de calor tem origem na resistência de torradeiras e grelhas elétricas, dentre outros equipamentos, e nas brasas dos fogões ou churrasqueiras a carvão e/ou lenha. No caso dos fornos micro-ondas, as ondas eletromagnéticas produzem calor pela vibração das moléculas de água do alimento. Após a liberação de calor, este se transmite às diferentes camadas do alimento por condução. A quantidade de água não distribuída uniformemente no alimento faz com que certas partes fiquem mais ou menos quentes que outras. Quando há liberação de calor das moléculas de água, estas tendem a passar do estado líquido ao estado gasoso; o volume de vapor assim produzido não pode ser contido no alimento e é por isso que certos alimentos explodem (ARAUJO apud FREIRE).

Radiação eletromagnética

Através de ondas eletromagnéticas as moléculas de água do alimento são agitadas em alta velocidade provocando fricção entre elas e produzindo calor. As ondas refletem na parede do equipamento e penetram alguns centímetros no alimento, provocando a agitação das moléculas que estão ao seu alcance, aquecendo-as. O calor se dispersa pelo alimento sólido por condução e nos líquidos por convecção. É aconselhável esperar alguns minutos entre a retirada do forno e a degustação para dar tempo de a condução chegar ao centro do alimento. Alimentos volumosos demoram a aquecer por completo e alimentos secos, como farinha de mandioca, não aquecem.

Figura 4 – Radiação Eletromagnética. Fonte: Site Professor Interativo.

No micro-ondas devem ser utilizados recipientes de vidro ou plástico que sejam resistentes a altas temperaturas, pois eles se aquecerão pelo contato com o alimento quente. Não pode ser utilizado utensílios de metal, pois rebatem a onda, provocando danos ao equipamento e acidentes.

Radiação Infravermelha

Figura 5 – Radiação Infravermelha. Exemplo: Torradeira. Fonte: Imagem por Pixabay.

Aparelhos contendo um elemento elétrico ou cerâmico quando aquecidos, liberam ondas de calor radiante que aquecem o alimento. Ex.: salamandra e torradeira. Algumas indústrias desenvolveram fornos infravermelhos de alta potência que aquecem os alimentos rapidamente e podem ser encontrados em lanchonetes de fast-food.

Equipamentos de Cocção por Radiação

  • Micro-ondas; Torradeiras; Salamandras.

Indução Eletromagnética

A energia é produzida por um elemento indutor eletromagnético, normalmente uma bobina, que gera um campo magnético. Um utensílio magnético, como uma panela de ferro, que esteja sobre este campo aquecerá rapidamente e os alimentos que estiverem dentro da panela aquecerão por condução. Exemplo: Fogão de indução.

Figura 6 – Indução Eletromagnética. Fonte: Imagem de Luisa Kittner por Pixabay

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FONTE IMAGEM:

CAPA: Imagem de Jalyn Bryce por Pixabay


REFERÊNCIAS:

OLIVEIRA, Juan Gongorra Lima de; MOTTA, Vitor Hugo Araújo; SOUZA, Vitor Daniel Nogueira. Ondas Eletromagnéticas. Site: Professor Interativo. Disponível em: https://www.professorinterativo.com.br/aval_on_line/02_AI2_text_quest/Trab_Inter46/texto.htm Acesso em: 08/11/2022, 11h45.

BAHAM, P. A ciência da culinária. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2002.

GISSLEN, W. Culinária profissional. Le Cordon Bleu. 6. ed. Barueri: Manole, 2012.

KÖVESI, B. 400g – técnicas de cozinha. 1. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007.

FREIRE, Rosana Benez Martins. Métodos de transformação dos alimentos. Apostila Universidade Anhembi Morumi.

ARAÚJO, WILMA M.C. et al. Alquimia dos alimentos. Brasília, Editora Senac-DF, 2009.

Inhame

O inhame é um alimento que contêm diversos nutrientes benéficos à saúde, é rico em proteína, fibras e potássio, baixo em gordura; fortalece a sistema imunológico e limpa o sangue. O inhame é um tubérculo que veio da África e se adaptou ao nosso clima. É fácil reconhecê-lo pela casca marrom felpuda e por dentro claro, quase branco.

O inhame é um carboidrato que não eleva os níveis de glicemia no corpo devido ao alto teor de fibras em sua composição. Desta forma, é uma ótima opção para pessoas diabéticas ou em busca da reeducação alimentar. As vitaminas do Complexo B, em especial a B6, presentes no inhame dão a ele a capacidade de prevenir doenças cardiovasculares. É rico em vitamina A, promovendo a regeneração celular e auxiliando na saúde dos olhos e da pele.

O potássio ajuda no controle da pressão e da frequência sanguínea. Devido a vitamina C e as vitaminas do Complexo B, o inhame auxilia na secreção de toxinas no sangue, elevando a capacidade de defesa do organismo. Os antioxidantes presentes no alimento ajudam na eliminação de radicais livre e no rejuvenescimento celular. Ainda possui fitosteróis que controlam a absorção do colesterol ajudando a eliminá-lo.

Estão ainda em estudo, a eficácia do inhame na prevenção de alguns tipos de câncer, como o de cólon e no tratamento dos distúrbios ocasionados na menopausa. Segundo estudos, o alimento possui uma enzima capaz de atuar como um repositor de hormônios natural.

Além de todos estes benefícios para a saúde, o inhame é um grande aliado para quem pratica esportes ou está de dieta. O alimento é uma ótima fonte de energia, em cada 100g tem 96 calorias e mantem à saciedade por mais tempo, podendo substituir a batata, o arroz e o trigo.

Na gastronomia o inhame também é super versátil. O tubérculo possui sabor neutro, tornando-o uma ótima opção para a base de pratos sagados e doces, principalmente na obtenção de cremes e para engrossar caldos. Ele pode ser consumido de diversas formas: refogado, assado, frito, cozido, purês, sopas ou pirão. Pode ser acompanhamento de todos os pratos ou ser consumido sozinho, com manteiga ou mel. O alimento tem uma consistência macia, sendo adequado para fazer mousse, mingau, purê, patê e outros.

Ainda pode ser consumido como um substituto do leite comum para quem tem intolerância à lactose ou segue uma alimentação vegana, o leite vegetal de inhame. Devido a suave consistência e a digestão leve, o consumo do ingrediente em suas diversas formas é adequado para as crianças pequenas e para os idosos.

Ufa! Após tantas qualidades deste insumo, podemos até considerá-lo um superalimento e incluí-lo mais em nosso cardápio. Na página Receitas encontram-se pratos feitos com este delicioso tubérculo.

Limpeza do Inhame:

O inhame libera um tipo de “baba” que contém uma substância chamada ácido oxálico. Esta baba pode irritar a pele e causar alergia como coceira, irritação na pele e vermelhidão. Além disso, o inhame não pode ser consumido cru. Depois de cozido, o inhame perde essa substância e pode ser manuseado e ingerido sem problemas.

O primeiro passo para o preparo do inhame, é lavar bem em água corrente. Com a ajuda de uma escovinha esfregue para remover toda a sujeira da casca. Passe o inhame pela água corrente várias vezes, esfregando com as mãos para retirar toda a sujidade.

Descascando o Inhame:

Para retirar a casca existem duas formas:

1 – Ferva o inhame com casca por cerca de 10 minutos para eliminar sua baba. Retire o inhame, deixe esfriar um pouco e descasque. Em seguida, termine o cozimento da maneira solicitada nas receitas. Dicas abaixo.

2 – Utilize luvas para descascar o inhame cru. Corte da forma solicitada na receita e coloque-os em uma tigela (bowl) com água até cobrir e um pouco de vinagre (1 a 2 colheres de sopa). Deixe de molho por cerca de 5 a 10 minutos. Escorra a água, enxague o inhame e leve ao cozimento solicitado na receita.

Cozinhando o Inhame:

Na panela comum:

Após limpar e descascar os inhames, corte-os da forma que preferir (ou solicitado na receita). Doure alho e cebola com azeite. Adicione os temperos e especiarias de sua preferência (ou conforme receita) e coloque água o suficiente para cobrir. Cozinhe por 30 minutos ou até que eles fiquem macios.

Na panela de pressão:

Após a limpeza coloque os inhames na panela de pressão com água até cobri-los. Leve ao fogo médio por 15 minutos após a panela pegar pressão (começar a apitar). Desligue o fogo, retire a pressão e escorra a água. Os inhames quando estão bem cozidos, sua casca se rompe. Eles devem ser descascados em seguida, pois se deixar esfriar ficará mais difícil.

Inhame cozido. Imagem Adriana Tenchini.

Muito cuidado para não se queimar! O ideal é colocar um inhame em um prato e com a ajuda de dois garfos retirar a casca. Não se preocupe que a casca solta fácil. Em seguida, utilize-o conforme preferir (ou indicado na receita)

Dicas:

1. Ao cozinhar o inhame com a pele preserva-se os nutrientes benéficos deste tubérculo.

2. Após o cozimento corte o inhame em rodelas e sirva com um pouco de manteiga derretida ou azeite ou ainda salpicar cheiro verde por cima.

3. O inhame cozido na panela de pressão pode ser utilizado no preparo também de purês, patês, nhoque ou da maneira que sua criatividade escolher.

No vapor:

É o método de cocção que melhor conserva os nutrientes do inhame. Após limpar e descascar os inhames, corte-os em pedaços pequenos, coloque-os no cesto da panela à vapor. Deixe por 40 minutos ou até que fique macio. O inhame cozido no vapor fica mais sequinho. Se for cozinhar o inhame inteiro, deixe por mais tempo, 50 minutos.

No microondas:

Após limpar e descascar os inhames, corte-os em pedaços pequenos, coloque-os em um recipiente próprio para microondas (de preferência de vidro). Adicione água até cobrir e sal a gosto. Tampe o recipiente com a própria tampa, mas não completamente ou com plástico filme. Mas neste caso, faça furinhos no plástico para que o vapor possa sair.

Cozinhe em potência alta por 15 minutos. Confira se está macio. Se não tiver, cozinhe por mais 2 minutos. O tempo de cozimento depende da potência de cada micro-ondas.

Assando o Inhame:

Após limpar e descascar os inhames, corte-os em rodelas ou tiras e cozinhe com um pouco de sal por cerca de 10 minutos. A forma de cocção pode ser cozimento na panela comum, no vapor ou no micro-ondas. Os inhames devem ficar macios por fora, mais ainda duros por dentro.

Em seguida, escorra e coloque-os em uma assadeira untada com azeite e tempere à gosto. Leve ao forno pré-aquecido a 180ºC e asse por 15 minutos. Vire os inhames, para dourar do outro lado e asse por mais 15 minutos.

Dicas:

Tempere com sal grosso, alho, pimenta de reino moída, alecrim e tomilho.

Fritando o Inhame:

Após limpar e descascar os inhames, corte-os em rodelas grossas ou palitos e cozinhe com um pouco de sal por cerca de 10 minutos. A forma de cocção pode ser cozimento na panela comum, no vapor ou no microondas. Os inhames devem ficar macios por fora, mais ainda duros por dentro. Em seguida, escorra e frite-os em óleo bem quente até dourar.

Purê de Inhame:

Pode também ser feito um purê. Após limpar e descascar os inhames, cozinhe os inhames até ficar bem macio. O ideal é utilizar o processo de cozimento na panela de pressão, mas fica a seu critério, podendo escolher qualquer um dos cozimentos citados anteriormente. Após cozido, amasse com um garfo ou coloque no liquidificar ou processador.com um pouco de manteiga amolecida ou leite. Tempere à gosto. É ótimo para substituir o purê de batata.

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Para saber mais sobre Gastronomia acesse: Conceitos e Teorias


Eu sou graduada e pós graduada na área de gastronomia e compilei todos os anos de estudo em apostilas que estou transformando em um livro “Diário da Gastronomia. De Tudo… Um Pouco.” (Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta, A Multiface). Através deste site postarei informações importantes que contribuirá para aumentar o conhecimento dos leitores na área de gastronomia A parte teórica pode ser encontrada na páginaConceitos e Teorias“. Quanto à prática, os leitores podem ir treinando com asReceitaspostadas. Todas as receitas foram previamente testadas.


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CAPA: Imagem Daniel Dan por Pexels.

“O evento aproxima as pessoas, promove diálogos, mexe com as emoções, cria sentimentos e marca presença. É um dos mais ricos recursos da comunicação oral, escrita, auxiliar e aproximativa.” MEIRELLES (1999, p.71)

Lançamento do Livro: Planejamento e Organização de Eventos: da Teoria à Prática

Durante a minha primeira graduação – Gestão de Eventos fev./2009 a dez./2010 – organizei todas as informações e estudos em apostilas de acordo com a disciplina estudada. Depois aos poucos fui compilando tudo em uma única obra, conseguindo finalizar em 2014. Na época tentei publicar a obra, mas sem sucesso. Em 2018, após ter finalizado duas pós e outra graduação, reorganizei o livro incluindo novos tópicos e retirando assuntos obsoletos. Nova tentativa de publicação que também resultou em fracasso.

Neste mesmo ano, escrevi um romance mediúnico – Amor Além do Tempo – que foi publicado através da plataforma de Ebook da Amazon no ano de 2019 e como livro físico, pela Editora Sete Autores, em 2020, período em que o mundo entrou na pandemia de Corona Vírus. O livro de Eventos ainda ficou guardado mais um pouco. Foi somente agora em 2022 que resolvi também publicá-lo. Transformei em Ebook e está à venda na Amazon.

Para explicar melhor, transcrevo abaixo a apresentação do livro:

Esta obra surgiu a princípio, como uma forma de organizar os meus estudos feitos sobre o tema: “Eventos”. Sempre me interessei por festas e em organizá-las, até que chegou um dia em que resolvi criar uma empresa de eventos. Mas, não queria somente gerar uma empresa para realizar festas, queria poder proporcionar aos meus clientes algo mais, queria poder realizar com perfeição o sonho de cada um. E para isso, precisaria de estudos mais aprofundados.

Pesquisei e descobri que o SENAC-MG proporcionava cursos profissionalizantes no campo de eventos. Fiz todos eles. A partir daí, o meu interesse passou a crescer mais e mais, com isso, me ingressei no curso de Tecnologia em Gestão de Eventos na Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte.

Abriu-se um mundo novo para mim. Descobri que realizar eventos, não é só criar uma festa legal, mas sim, a realização de um minucioso planejamento, a geração de um projeto específico e a organização do evento como um todo. Além disso, “Eventos” não está associado somente a festas, mas a um âmbito muito maior. É a geração de renda; o marketing de produtos e empresas; o lançamento e vendas de produtos e serviços; a melhoria da imagem de pessoas, empresas e produtos; a propagação de conhecimentos através de palestras, congressos e outros; e o entretenimento por meio de shows, teatros, recreações, festas e muito mais. Enfim, é um campo incomensurável.

A partir destes estudos, acumulei muitas informações por intermédio de apostilas, textos e manuscritos. Resolvi que o melhor seria organizá-las em um único local, criando este livro. A intenção era somente para consulta própria, mas constatei que no mercado existem poucos livros sobre o assunto e, além disso, houve um grande interesse, principalmente dos amigos, em ver estes manuscritos, resolvi então, editá-lo.

Nesta obra relacionei todo o meu estudo sobre o tema, mas não somente a teoria, inclui também a parte prática, vivenciada no setor acadêmico e profissional.

“Eventos” é um curso novo, por isso, a dificuldade em encontrar informações específicas. Ele era um campo de estudos do “Bacharelado de Turismo”. Mas este campo cresceu radicalmente em todo o mundo (durante a leitura desta obra o leitor descobrirá o que impulsionou este crescimento), gerando a necessidade de aprofundamento e estudo independente. Surgiu assim o curso de “Tecnologia em Gestão de Eventos”. 

Como o “Eventos” derivou-se do “Turismo” achei importante relatar nesta obra a sua história. Neste caso, o Primeiro Capítulo conta um pouquinho da Evolução do Turismo e Eventos Através dos Tempos, chegando à atualidade, ou seja, o turismo de eventos e a sua importância para a sociedade.

Como eu nasci em Belo Horizonte e amo radicalmente a minha cidade, achei importante contar um pouco da sua história e mostrar os nossos atrativos turísticos. Este é conteúdo do Segundo capítulo – A História de Belo Horizonte.

O capítulo 3 é para familiarizar o leitor com o tema complexo “Eventos”. Existe inúmeros eventos, cada um com finalidades distintas. Para descobrir qual é o ideal, deve-se entender o que é, qual a sua classificação e tipologia. Este é o tema do Terceiro Capítulo – Classificação e Tipologia de Eventos.

Capítulo 4 – Planejamento e Organização de Eventos. Neste capítulo está relacionado tudo o que leitor precisa saber para que seu evento seja um sucesso. Relaciono todos os passos que se deve seguir desde a concepção da ideia, passando pela construção do projeto (pré evento), a realização do evento e a fase final, ou seja, o seu pós-evento e sua grande importância. Aqui o leitor encontra todos os dados necessários; mas é uma generalização, é o caminho a seguir. Para fazer um bom evento é preciso especificar, pois cada evento é único.

Atualmente os eventos são essenciais à cultura e a economia de um povo. As empresas e os governos apoiam e promovem eventos como parte de suas estratégias para desenvolvimento econômico, crescimento, marketing e promoção de imagem, fazendo surgir inúmeros eventos sobre todos os assuntos e temas que se possa imaginar. Os eventos estão presentes em nosso dia a dia, ocupam muito do nosso tempo, enriquecem a nossa vida e quando ganharam mercado, atingindo a mídia, tornou-se essencial uma maior profissionalização. E para que isso ocorra, o profissional tem que saber alguns conceitos importantes deste empreendimento em ascensão, tais como: recursos humanos, recursos financeiros, fornecedores, patrocínios, captação de recursos, contratos, dentre outros. Desta forma, o Capítulo 5 – Administração do Evento ilustra estes conceitos.

Capítulo 6 – Cerimonial, Protocolo e Etiqueta. As aplicações de técnicas e do serviço de Cerimonial, Protocolo e Etiqueta nas empresas, organizações e instituições representativas são cada vez mais procuradas no mercado de trabalho por empresários para realização de eventos, que vão desde reuniões, palestras, almoços a grandes eventos corporativos.

No Capítulo 7 – Planejamento e Organização de Serviços de A&B, contém informações sobre um serviço que está presente em quase todos os eventos, sejam eles empresariais, culturais ou sociais, o serviço de Alimentos e Bebidas. Este capítulo começa com a história da gastronomia no mundo e no Brasil. Em seguida, o leitor encontra diversas informações e conceitos pertinentes ao serviço de alimentos e bebidas, tais como: Brigada de cozinha, tipos de restaurantes, técnicas de atendimento de buffet, mise em place, planejamento de cardápios, sistema de serviços, e mais.

No Capítulo 8 – Realização de Eventos – Empresariais e Sociais, está especificado todos os passos para quem deseja realizar esses tipos de eventos, além de detalhamento e exemplos específicos, como Casamento, Feiras, entre outros.

Capítulo 9 – Planejamento de Recepções. Neste capítulo encontram-se informações para a organização de recepções: Produção culinária, cardápios para eventos variados, bem como as quantidades necessárias. Inclui-se também decorações com frutas e legumes.

O Capítulo 10 – Apêndice, contém informações e modelos de vários instrumentos de acompanhamentos administrativos, operacionais e financeiros de um evento, como check list, convites, cronograma, fluxo de caixa, roteiros, orçamentos, pautas, planilhas, dentre outros.

Ao terminar este livro, notei como ele tinha ficado grande, ou seja, como o assunto é realmente maravilhoso e rico em detalhes. Mas depois de pronto descobri que ainda poderia ter adicionado muito mais conteúdo. Com isso, constatei que trabalhar com eventos é ter enriquecimento cultural diariamente. A cada evento aprendemos mais e mais. E o mais importante de tudo é ver no final de cada evento o prazer do objetivo cumprido e a satisfação sua e de seu cliente. É a felicidade de conseguir mensurar e principalmente de dar forma aos sonhos de cada um.


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Meu nome é Adriana Tenchini, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais. Sou uma amante do conhecimento e tenho como formação os cursos: Graduação em Eventos, Bacharelado em Publicidade e Propaganda, Graduação em Gastronomia, Graduação em Cozinha Contemporânea, MBA em Administração Estratégica, Pós-graduação em Gestão da Qualidade em Gastronomia e vários cursos extracurriculares nas áreas de eventos, gastronomia, design e web design. Além da minha formação acadêmica, sou produtora de conteúdo, escritora, espírita, terapeuta holística, produtora de laticínios vegetais e mãe.

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A História de Belo Horizonte

A fotografia mostra um trecho da Rua Marechal Deodoro, posicionada aproximadamente como a atual avenida Afonso Pena, a Matriz da Boa Viagem, e ao fundo a Serra do Curral.

A história do Município de Belo Horizonte inicia-se em 1701, quando o bandeirante João Leite da Silva Ortiz chega à Serra das Congonhas, correspondente à atual Serra do Curral, marca da paisagem atual de Belo Horizonte. Em 1711, Ortiz obteve Cartas de Sesmarias e criou uma fazenda de engorda de bois, chamada “Cercado”. Nas suas terras formou-se um pequeno povoamento, que era denominado, em 1707, de Curral d’el-Rey, pois próximo dali existia um registro (Contagem), onde se pagavam taxas reais e era controlado o deslocamento do gado. A região tinha algumas moradias rústicas e uma capela dedicada a Nossa Senhora da Boa Viagem.  Em 1714, o Curral d’el Rey passou a pertencer à Comarca do Rio das Velhas, cuja sede era a Vila Real de Sabará.

Em 1750, o povoado de Curral d’el-Rey foi elevado a freguesia e em 1815, a região contava com cerca de 18.000 habitantes distribuídos por Sete Lagoas, Santa Quitéria, Contagem, Buritis, Capela Nova do Betim, Piedade do Paraopeba, Brumado, Morro de Mateus Leme, Neves, Aranha, Rio Manso, dentre outros. Com diversos desmembramentos, a população da região diminuiu chegando, em 1893, a apenas 2650 habitantes. Com a Proclamação da República e a consequente divulgação de novas ideias, tornou-se primordial a mudança da capital de Minas – Ouro Preto – para outra localidade. A antiga capital significava, para os republicanos, a velha ordem monarquista e ainda tinha os problemas geográficos (espremida entre montanhas, recortada por íngremes e tortuosas ladeiras) que dificultavam o seu crescimento. A escolha do local para a nova capital gerou várias batalhas entre muitas regiões mineiras como Barbacena, Juiz de Fora, Várzea do Marçal, Paraúna e Curral D’el Rey. Os ânimos estavam exaltados, afinal diversos interesses estavam em jogo.

A votação final ocorreu em 17 de dezembro de 1893. Foi eleita a região do Curral D’el Rey, onde começou imediatamente as obras, já que foi definido o prazo improrrogável de 4 anos para a construção e transferência da capital. Este prazo foi a tática usada por aqueles que não queriam a mudança da capital, pois, julgavam que o curral D’el Rey não conseguiria fazer todas as construções necessárias no prazo e, desta maneira, conforme acordo firmado, a capital voltaria para Ouro Preto. A notícia da escolha da região foi recebida com entusiasmo pela população do Curral D’el Rey e com grande tristeza pelos habitantes de Ouro Preto.

O “Clube Republicano” indicou vários nomes para batizar a nova capital e foi escolhido o nome sugerido pelo Mestre Luiz Daniel Cornélio de Cerqueira – Belo Horizonte. Esse novo nome conciliava-se melhor com os novos ideais da jovem República brasileira, abandonando tudo que pudesse remeter ao antigo regime monárquico.

O Presidente do Estado de Minas, o Doutor Afonso Pena, em 1893,convidou o engenheiro Aarão Reis para presidir e organizar a Comissão Construtora que foi empossada em 01/03/1894 e dois dias depois iniciou os seus trabalhos. Um ano depois, por motivos de saúde, para alguns, ou por motivos políticos, para outros, Aarão Reis pede demissão, sendo substituído pelo engenheiro Francisco de Paula Bicalho. O projeto criado pela Comissão Construtora, finalizado em maio de 1895, inspirava-se no modelo das mais modernas cidades do mundo, como Paris e Washington (traçado em xadrez). Os planos revelavam algumas preocupações básicas, como as condições de higiene e circulação humana. Dividiram a cidade em três principais zonas: a área central urbana, a área suburbana e a área rural.

Zona urbana: corresponde à área central. Esta área foi delimitada pela Avenida 17 de dezembro, atual Avenida do Contorno. Dentro dela se desenvolveram as ruas, avenidas e praças com o traçado do tipo ortogonal-radial. As ruas, com largura de 20 metros, cruzam-se em ângulos retos (sistema ortogonal) na direção norte-sul e leste-oeste. As avenidas, com 35 metros de largura, cortam as ruas em ângulos de 45º (sistema diagonal) e correm no sentido nordeste-sudoeste ou noroeste-sudoeste. 

As ruas que vão do centro comercial à região dos funcionários receberam nomes de Estados Brasileiros. As ruas seguem uma sequência pelo mapa do Brasil. Exemplos: Rua São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e assim por diante, elas vão se sucedendo. As ruas em homenagem aos estados do Paraná e do Amazonas ganharam o nome das respectivas capitais. Assim, abaixo da Rua São Paulo tem a Rua Curitiba e acima da Rua Grão Pará, a Rua Manaus. O motivo de essas ruas possuírem nomes das capitais dos dois estados é que a maior parte das avenidas ganhou nome dos grandes rios brasileiros, dentre elas, os rios Paraná e Amazonas.

Muitas ruas que cruzam as que têm nomes de estados ganharam nomes de tribos indígenas. Exemplos: ruas Tupinambás, Tamoios, Guarani, Guajajaras, Timbiras, Aimorés, Caetés etc. Diversas ruas e algumas avenidas receberam nomes personagens históricos eleitos pela comissão construtora e pelo governo mineiro para serem homenageados. Exemplos: Rua Cláudio Manuel, Fernandes Tourinho, Tomé de Souza, Gonçalves Dias, Av. Álvares Cabral etc. Estas ruas estão na região que compreende os bairros de Lourdes, Savassi e Funcionários.

As ruas não receberam o nome de santos em função do caráter laico da República, porém, as paróquias passaram a nomear os bairros como Lourdes, Santo Antônio, Santo Agostinho e, como cidade funcional, separou em bairros as diversas funções exercidas por seus moradores, como o bairro dos funcionários, ocupado pelos prédios relacionados ao Estado e as confortáveis casas do funcionalismo público etc.                                                                                            

Zona suburbana: corresponde à área que circunda a Avenida do Contorno. Esta área, que não mereceu os mesmos cuidados da zona urbana, é composta de quarteirões irregulares e grandes lotes. Hoje, ela corresponde aos bairros mais antigos da cidade como Floresta, Lagoinha e Santa Efigênia.

Área rural: corresponde à área que circundava a Zona suburbana, composta por cinco colônias agrícolas com inúmeras chácaras e funcionaria como um cinturão verde, abastecendo a cidade com produtos hortigranjeiros.

A instalação de um projeto deste porte tinha uma exigência, que era a completa destruição do arraial e a transferência de seus antigos moradores para outro local. Os habitantes tiveram suas casas desapropriadas e demolidas; e foram oferecidos novos terrenos, a um alto preço.

Impossibilitados de comprar os novos imóveis na área central, eles foram obrigados a se refugiar em áreas fora da cidade, indo morar em Venda Nova ou em cafuas, na periferia da cidade. Um dos casos mais conhecido, é o da velha papuda. Ela era conhecida como feiticeira e o seu casebre localizava-se onde hoje está o Palácio da Liberdade. O seu terreno foi desapropriado, mas a “velha papuda” recusou-se a sair, sendo obrigada pelos soldados, mas ela rogou uma praga: “Quando isto for sede do Governo, de quatro em quatro anos há de morrer um Governador”. Como morreram alguns governadores logo após a inauguração da capital, a lenda tomou ares de verdade. As obras corriam a todo vapor e devido a poeira vermelha soprada pelo vento, a cidade recebeu o apelido de Poeirópolis. Mastodo o esforço valeu a pena, já que os objetivos foram conquistados e as metas do trabalho alcançadas. Cumprindo-se à risca o prazo definido de quatro anos, a inauguração da nova capital aconteceu em 12/12/1897. Foram três dias de festas promovidas pela Igreja, pelos jornais locais e pelo Estado. Depois da inauguração, a cidade continuou com algumas obras de reparos para melhorar a vida de seus habitantes.

A velha Papuda em seu casebre.

Alguns Atrativos Históricos e Culturais

Belo Horizonte já completou mais de 100 anos de existência, mas ainda permanece vibrante, jovem e vigorosa. “BH” ou ainda “Belô”, está sempre aliando desenvolvimento e modernidade com a preservação de sua beleza arquitetônica, de seus jardins, parques e praças. Belô é uma cidade múltipla e um dos mais importantes polo industrial e econômico do país.

BH é uma capital em constante movimento, que avança em ritmo acelerado, mas prima pela qualidade na prestação de serviços e se orgulha de ser considerada a cidade brasileira de excelência médica. Não é à toa que Belo Horizonte tem sido escolhida como palco de grandes eventos nacionais e internacionais. Além de oferecer o que há de melhor em serviços, aqui o visitante é convidado a se sentir em casa e a desfrutar de um dos mais importantes quesitos de um grande destino: seus valores humanos.

Belo Horizonte cresceu e atualmente é a sexta maior cidade do país, tendo em torno de 2,5 milhões de habitantes. É uma metrópole com ares de cidade do interior. É considerada a capital nacional dos bares e da cultura, e destacam-se principais atrativos históricos e culturais, nomeados também como conjuntos urbanos, que são: Praça da Liberdade, Avenida João Pinheiro e entorno, Rua da Bahia, Avenida Afonso Pena, Praça Rui Barbosa e adjacentes, Orla da Pampulha, Mercado Central, Museu Abílio Barreto, Parque das Mangabeiras, Praça do Papa e tantos outros. Alguns destes pontos turísticos já citei em outros posts – Belo Horizonte. Polo Cultural do Brasil e City Tour. Destino: Belo Horizonte – e futuramente abordarei outros.


O texto apresentado nesta página é um resumo de partes do Livro “Planejamento e Organização de Eventos: Da Teoria à Prática.” Autora: Adriana Tenchini (Ebook disponível na Amazon).


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Meu nome é Adriana Tenchini, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais. Sou uma amante do conhecimento e tenho como formação os cursos: Graduação em Eventos, Bacharelado em Publicidade e Propaganda, Graduação em Gastronomia, Graduação em Cozinha Contemporânea, MBA em Administração Estratégica, Pós-graduação em Gestão da Qualidade em Gastronomia e vários cursos extracurriculares nas áreas de eventos, gastronomia, design e web design. Além da minha formação acadêmica, sou produtora de conteúdo, escritora, espírita, terapeuta holística, produtora de laticínios vegetais e mãe.

Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta, A Multiface.


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FONTES IMAGENS: Imagem de Adriana Tenchini

Equipamentos

e Utensílios

Os Equipamentos são as máquinas e eletrodomésticos necessários para o preparo de alimentos de forma rápida e prática. Os Utensílios são os instrumentos de trabalho utilizados no pré-preparo e preparo dos alimentos, tais como facas, escumadeiras, panelas etc. A escolha dos equipamentos e utensílios corretos para a sua cozinha dependem de diversos fatores, tais como:  orçamento disponível, tipo de serviço, quantidade de funcionários, tamanho do estabelecimento, mão de obra qualificada, entre outros.

Sobre a disposição dos equipamentos em uma cozinha, CASTELLI (2003) afirma:

“Os equipamentos devem estar dispostos de tal forma, dentro do espaço da cozinha, que permitam o desenvolvimento do trabalho da maneira mais racional possível, oferecendo condições para maximizar a produtividade dos funcionários. Isso quer dizer que o movimento de cada empregado dever ser tão somente aquele necessário para executar o seu serviço”.

De acordo com o tipo de produção que a cozinha implantará, será necessária a aquisição de móveis, equipamentos e utensílios em quantidades e qualidades adequadas para os seus diversos setores, dos quais podemos classificar em:

  • Equipamentos para lavagem: máquinas;
  • Equipamentos para refrigeração: geladeiras, freezers;
  • Equipamentos para a preparação: máquinas;
  • Equipamentos para cocção: fogões e fornos;
  • Materiais para cocção: panelas;
  • Materiais para distribuição: travessas e bandejas;
  • Roupas e uniformes de cozinha;
  • Produtos e materiais de limpeza;
  • Ferramentas de cozinha;
  • Móveis;
  • Utensílios de uso geral.

OBSERVAÇÃO: Existem normas técnicas e legais para a instalação desses equipamentos que devem ser observadas. A criação do projeto (layout) de uma cozinha para restaurante deve estar em harmonia com o tamanho e a característica do estabelecimento, com os gêneros de serviços a serem adotados e com a quantidade e variedade de alimentos a serem oferecidos. Além disso, ao realizar um projeto de cozinha deve-se ter locais específicos para determinados setores:

• Pessoal

  • Sala do chefe de cozinha;
  • Vestuário, refeitório, sala para repouso e sanitário dos funcionários.

• Mercadorias

  • Recepção e controle das mercadorias;
  • Estocagem de mercadorias separadas por tipo de produto (estoque seco ou câmara fria);
  • Pré-preparo;
  • Cocção;
  • Distribuição.

• Lavagem

  • Lavagem dos utensílios da cozinha;
  • Lavagem do material do restaurante;
  • Lavagem do material de limpeza.

• Lixo

  • Estocagem do lixo.

Outro ponto importante para o perfeito funcionamento de uma cozinha é o controle do fluxo das mercadorias que vão da recepção – estocagem – pré-preparo – cocção – distribuição, ou seja, as mercadorias devem percorrer um caminho sequencial de acordo com o processo.  

Para saber mais sobre Gastronomia acesse: Conceitos e Teorias


Eu sou graduada e pós graduada na área de gastronomia e compilei todos os anos de estudo em apostilas que estou transformando em um livro “Diário da Gastronomia. De Tudo… Um Pouco.” (Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta, A Multiface). Através deste site postarei informações importantes que contribuirá para aumentar o conhecimento dos leitores na área de gastronomia A parte teórica pode ser encontrada na páginaConceitos e Teorias“. Quanto à prática, os leitores podem ir treinando com asReceitaspostadas. Todas as receitas foram previamente testadas.


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FONTES IMAGENS:

CAPA: Imagem de Robyn Wright por Pixabay.

EQUIPAMENTOS: Imagem de StockSnap por Pixabay

UTENSÍLIOS: imagem de timur saglambilek por Pexels


REFERÊNCIAS:

CASTELLI, Geraldo. Administração Hoteleira. 9. ed. Caxias do Sul: EDUCS, 2003.

GISSLEN, Wayne.[tradução: Lorecy Scavarazzini, Maria Augusta R. Tedesco e Marlene Deboni]. Culinária Profissional. 6ª Ed. Barueri, SP: Editora Manole, 2012.

“Quando tiver uma alegria, procure saboreá-la como se fosse uma sobremesa deliciosa e, para isso, não tenha pressa.” Maria Salette de Assis Silva

Conjunto Urbano da Praça de Liberdade

Hoje vou falar mais um pouco da minha cidade natal, Belo Horizonte. Afinal, temos que valorizar e conhecer onde vivemos, não é mesmo! Hoje mostrarei os pontos turísticos e algumas curiosidades sobre o conjunto urbano da Praça da Liberdade, avenida João Pinheiro e entorno.

A praça da liberdade é um dos melhores passeios para quem visita BH. Foi construída na época da fundação da cidade e mistura vários estilos como: neoclássico (final do século 19), art-déco (década de 40), moderno (década de 50 e 60) e pós-moderno (década de 80). Feita para abrigar a sede do poder executivo mineiro. Em 2010, após a inauguração da Cidade Administrativa e a transferência oficial da sede do governo para a região Norte de Belo Horizonte, foi criado o Circuito Liberdade, transformando os prédios históricos vazios em espaços para a arte, a cultura e a preservação do patrimônio.  

Praça da Liberdade. Foto: Adriana Tenchini
Fonte da Praça da Liberdade. Foto: Adriana Tenchini.
Palácio da Liberdade. Foto: Adriana Tenchini

O Palácio da Liberdade, inaugurado em 1898, foi projetado pelo arquiteto José de Magalhães. A construção reflete a influência do estilo francês na arquitetura da capital, com requintes de acabamento. A escadaria de ferro e estruturas metálicas foram importadas da Bélgica. Destacam-se os jardins em estilo rosal, de Paul Villon; o salão de banquete à Luís XV; as pinturas do Salão Nobre, uma homenagem às artes, e o grande painel de Antônio Parreira. Em 1969, durante a ditadura militar, foi cercado pelas grades de ferro. O Palácio e os jardins estão abertos para visitação nos fins de semana, com entrada gratuita. O agendamento deve ser feito no site www.sympla.com.br/appa [1].

Em 1961 foi inaugurada a biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa. A construção é no estilo moderno que se pode observar pelas “ondas sinuosas” que formam o prédio matriz [1].

Nos anos 80, foi construído o Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães que abriga também o Centro de Apoio Turístico. Seu estilo é o pós-moderno e foi projetado por Éolo Maia e Sylvio de Podestá. Recebeu o apelido de “A Rainha da Sucata” devido à mistura de cores e materiais empregados na construção [1].

Museu das Minas e do Metal. Foto: Adriana Tenchini

O Museu das Minas e do Metal foi inaugurado em 22 de março de 2010 com projeto arquitetônico de Paulo Mendes da Rocha e museógrafo de Marcelo Dantas. O espaço tem a proposta de relevar a importância cotidiana e econômicas dos minérios e suas implicações culturais e sociais. São 18 salas em 3 pavimentos, sendo no 1ª e 2º o Museu das Minas e no 3º pavimento, o Museu do Metal [1].

Em 1954 foi construído o Edifício Niemeyer, projetado por Oscar Niemeyer e representando um marco definitivo da arquitetura moderna nacional. É um edifício residencial e possui 8 Andares. O curioso é que de fora se tem a impressão de que tem mais de 20. Arquitetura moderna com traços do iluminismo e as curvas remetem às montanhas de Minas Gerais [1].

Na Avenida João Pinheiro (antiga avenida da Liberdade) encontra-se o Museu Mineiro. O Museu foi inaugurado em 1982, abrigando inicialmente o Senado Mineiro. De 1910 até 1938 abrigou a Prefeitura Municipal e atualmente funciona como museu mineiro, cujo acervo é composto por coleções que retratam a cultura e História de Minas, com destaque para a coleção de Arte Sacra Colonial, Arquivo Público Mineiro [1].

Edifício Niemeyer. Foto: Adriana Tenchini
Antiga Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem. Fonte http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br

Situada na Rua Sergipe está a Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira da cidade. A história dessa igreja se confunde com a da própria cidade, pois no local onde hoje se encontra a catedral havia uma pequena capela de pau-a-pique com característica tipicamente mineira. Conta a lenda que no começo do século XVII, quando Belo Horizonte ainda se chamava Curral D’el Rey, um português acompanhado por três escravos de confiança passava pelo local com dois burros que carregavam 15 arrobas (aproximadamente 200 kg) em barras de ouro, moedas e joias. Ao notar que estava sendo perseguido por ladrões, o português resolveu esconder a fortuna para escapar do bando.

Ele colocou as raridades num tacho de cobre e enterrou as preciosidades a 81 passos, em linha reta, contados a partir da entrada principal da capela, em direção ao pico mais alto, à vista da serra que deu o nome ao arraial. Ao notar que estava sendo perseguido por ladrões, o português resolveu esconder a fortuna para escapar do bando. Ele colocou as raridades num tacho de cobre e enterrou as preciosidades a 81 passos, em linha reta, contados a partir da entrada principal da capela, em direção ao pico mais alto, à vista da serra que deu o nome ao arraial. Ao perceber que não teria escapatória, o português escolheu um dos escravos para levar o mapa do tesouro para sua esposa em Caeté. De acordo com a lenda, o português e os dois escravos foram mortos e o tesouro continua até hoje no local onde atualmente se encontra a Catedral da Boa Viagem, mas calma, gente. Não vamos todos correr para uma caça ao tesouro. Isto é uma lenda. E se fosse verdade, com todo este tempo, alguém já teria encontrado, não é mesmo!

Voltando a história: O templo foi chamado de Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem devido ao trajeto que os portugueses realizaram para se estabelecerem na região. Nesse percurso de Portugal até às terras brasileiras os bandeirantes trouxeram a imagem de Nossa Senhora como forma de pedir a benção pelo caminho onde andariam; ao chegar à região resolveram homenagear a santa com um templo. A capela foi substituída pela catedral que teve suas obras terminadas em 1932. Atualmente, a igreja é uma das mais importantes da cidade e comporta até 400 pessoas. Com estilo neogótico a catedral é composta por grandes vitrais e o altar–mor é todo feito em mármore de Carrara. É maravilhosa, não deixem de visitá-la

Então, gostaram? Para quem não sabe ou não conhecia, nossa cidade tem muita história, cultura e passeios a ser realizado. Não se preocupem, ainda não acabou, nos próximos posts mostrarei mais um pouquinho de BH.


O texto apresentado nesta página é um resumo de partes do Livro “Planejamento e Organização de Eventos: Da Teoria à Prática.” Autora: Adriana Tenchini (Ebook disponível na Amazon).



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Meu nome é Adriana Tenchini, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais. Sou uma amante do conhecimento e tenho como formação os cursos: Graduação em Eventos, Bacharelado em Publicidade e Propaganda, Graduação em Gastronomia, Graduação em Cozinha Contemporânea, MBA em Administração Estratégica, Pós-graduação em Gestão da Qualidade em Gastronomia e vários cursos extracurriculares nas áreas de eventos, gastronomia, design e web design. Além da minha formação acadêmica, sou produtora de conteúdo, escritora, espírita, terapeuta holística, produtora de laticínios vegetais e mãe.

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FONTES IMAGENS: Imagem Gabriel Luiz Ramos por Pexels

“Belo Horizonte é uma metrópole diferente, cercada por exuberantes paisagens da natureza, belíssimas cachoeiras e grutas. Com clima privilegiado e cercada pelas montanhas da Serra do Curral, Belo Horizonte tem despertado a atenção pelo potencial ecoturístico. A poucos quilômetros do centro existem diversos roteiros para inesquecíveis passeios ecológicos, com trilhas que escondem centenas de nascentes e riachos, cachoeiras e poços de águas cristalinas. Pequenos bares e restaurantes próximos às trilhas oferecem a típica comida mineira em fogão de lenha. Para quem gosta de adrenalina, a região é ideal para a prática de diversas modalidades de esportes de aventura. Belo Horizonte é ponto de partida também para passeios históricos. Nas cidades históricas, pode-se apreciar a riqueza da arquitetura e do barroco mineiro, que traduzem a história do estado e do país.” Fonte: Belotur.

Conjunto Urbanístico e Arquitetônico da Orla da Pampulha

Casa do baile. Foto: Adriana Tenchini

A Casa do Baile foi projetada por Oscar Niemeyer em 1940, inaugurado em 1943 e funcionou até 1948, como um famoso salão de dança de Belo Horizonte. A construção circular, que fica numa ilha artificial, possui uma pitoresca ponte de onze metros e chama a atenção pelas formas sinuosas das fachadas, que sugerem quase uma continuidade da Lagoa. Depois de uma reforma acompanhada pelo próprio Oscar Niemeyer, foi reinaugurado em 2002 com as mesmas características originais e abriga uma espécie de memorial voltado à arquitetura e ao design.

O Museu de Arte foi o primeiro projeto de Niemeyer na Pampulha. Funcionou como cassino, o primeiro da cidade, até ser fechado em 1946, devido à proibição do jogo no país. Passou a funcionar como museu em 1957, quando era conhecido como “Palácio de Cristal”. Suas instalações possuem biblioteca, loja de souvenires, café e salas de multimídia. O acervo do MAP é constituído de 900 obras.

Museu de Arte da Pampulha. Foto: Adriana Tenchini
Igreja de São Francisco de Assis. Foto: Adriana Tenchini

A Igreja de São Francisco de Assis mais conhecida como “igrejinha da Pampulha” foi inaugurada em 1943. Obra arquitetônica de Oscar Niemeyer, que desenvolveu um belo jogo de curvas e contracurvas, remetendo à arte mineira colonial e às montanhas de Minas. Painéis internos e externos de Cândido Portinari, considerada a sua obra mais significativa. Os jardins são assinados por Burle Marx.

Relata-se na história um “caso” curioso sobre a igrejinha: Do lado externo existe um painel que retrata São Francisco de Assis e um lobo; no lado interno, um cachorro. Segundo Portinari, tais painéis contam a história de uma vila, da qual seus moradores vieram a São Francisco reclamar de um lobo que constantemente atacava a região e matava as criações dos habitantes. São Francisco, por sua vez, foi à procura do lobo e, ao encontrá-lo, o domesticou. Era, então, como se o lobo tivesse se transformado em um cachorrinho.

Painel Externo da Igreja São Francisco. Foto: Adriana Tenchini.

O painel interno causou extrema confusão na comunidade da época, pois, ao invés de conter imagens sacras no altar, continha a imagem do cachorro. Mas, apesar das críticas, a igreja foi inaugurada, e, na celebração da sua primeira missa, aparece no local um cachorro. Não se sabe como nem de onde, mas este ficou durante todo o tempo da missa dentro da igreja, apesar das tentativas em vão de o expulsarem. A partir desse fato, a população passou a aceitar os painéis.

Na Pampulha ainda temos:

• Fundação Zoobotânica, projetada por Niemeyer e que mais de 1100 animais e vegetação nativa de cerrado.

• Mineirão – inaugurado em 1965, segundo maior estádio coberto do mundo, ajudou a levar o futebol mineiro para lugar de destaque e dotou o público de um espaço adequado para assistir a grandes espetáculos do futebol profissional, além de grandes shows. 

• Mineirinho – inaugurado em 1980. É um ginásio poliesportivo coberto, com capacidade para 25 mil pessoas, onde ocorre além de esportes, shows, eventos e feira.

Estes são alguns dos lugares exuberantes e interessantes para se conhecer em Beagá. Em breve postarei outros.


O texto apresentado nesta página é um resumo de partes do Livro “Planejamento e Organização de Eventos: Da Teoria à Prática.” Autora: Adriana Tenchini (Ebook disponível na Amazon).


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Meu nome é Adriana Tenchini, natural de Belo Horizonte, Minas Gerais. Sou uma amante do conhecimento e tenho como formação os cursos: Graduação em Eventos, Bacharelado em Publicidade e Propaganda, Graduação em Gastronomia, Graduação em Cozinha Contemporânea, MBA em Administração Estratégica, Pós-graduação em Gestão da Qualidade em Gastronomia e vários cursos extracurriculares nas áreas de eventos, gastronomia, design e web design. Além da minha formação acadêmica, sou produtora de conteúdo, escritora, espírita, terapeuta holística, produtora de laticínios vegetais e mãe.

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FONTES IMAGENS: Imagem de Aglaia Oliveira por Pixabay

“As coisas têm vida própria. Tudo é questão de despertar a sua alma.” (Gabriel García Márquez)

Quem sou eu. Uma trajetória de vida.

Tem momentos em que fico pensando e me sinto como um homem renascentista. Afinal, tenho interesses múltiplos, como já devem ter visto nas páginas A Gastrônoma, A Autora e A Terapeuta. Não me contento apenas com um campo de aprendizagem: quero saber sempre mais. É claro que não chego nem aos pés de um Leonardo da Vinci [risos].

Como vocês viram, tenho quatro graduações superiores (Gestão em Eventos, Publicidade e Propaganda, Gastronomia e Cozinha Contemporânea) e duas pós-graduações (Gestão da Qualidade em Gastronomia e MBA em Administração Estratégica). Meus amigos sempre me caçoavam, perguntando se eu não iria parar. Eu respondia que não. Enquanto estiver viva e capacitada, estarei estudando. É essa incessante sede de aprendizagem que nos mantém vivos.

Além dos cursos de graduação e pós, fiz, ao longo da vida, diversos minicursos. Datilografia e telex [risos], esses foram há muito tempo, na adolescência. Quando começaram a surgir os computadores [novos risos], fiz um curso de digitação, basic, cobol e pascal. Para aqueles que não sabem o que significam essas palavras, eu explico: são programas de computador. Naquela época, tínhamos que programar cada ação que realizaríamos.

Quando o mundo entrou na era da informática, fiz os cursos básicos (Word, Excel, Power Point, Access) e avançados: Design (Tratamento de Imagem com Photoshop, Ilustração com Corel Draw, Diagramação com In Design, Artes Gráficas e Projetos de Design Gráfico) e Web Design (Animação com Flash, Criação com Fireworks, Programação com Dreamweaver, Projetos de Web Sites e Lógica de Programação). A inclusão nesta maravilha tecnológica me impulsionou a fazer o curso de Publicidade e Propaganda.

No campo da Gastronomia, fiz dezenas de minicursos de culinária, e não tem como citar todos aqui [risos]. Já na área de Eventos, cursei no SENAC: Planejamento de Eventos Sociais, Cerimonial e Protocolo em Eventos Empresariais e Planejamento e Organização de Serviço de Buffet.

A parte literária começou muito cedo, também no período da adolescência, quando eu escrevia um diário e alguns poemas que vocês podem conferir na página “Poesias”. Como viram na página “A Autora”, a compilação de escritos didáticos era uma forma que eu tinha para estudar e, com o tempo, se tornou um hábito.

No período da faculdade, organizei meus estudos e criei o livro Planejamento e Organização de Eventos: Da Teoria à Prática. Na época, tentei publicá-lo, porém, sem sucesso. Eu explico melhor sobre ele na página “Livros Didáticos”. Atualmente este livro está sendo vendido na Amazon. Escrever um livro didático é fácil: basta pesquisar em diversos livros de autores diferentes e compilar todas as informações em um texto. Porém, escrever um romance, eu nunca imaginei. Tudo aconteceu repentinamente.

Na página “Romance Mediúnico”, relato como aconteceu o desenvolvimento da escrita do meu primeiro livro “Amor Além do Tempo”. Após a publicação deste livro, já comecei a escrever outro psicografado: “Morte da Ilusão”. Estou amando as partes da história que já recebi da espiritualidade mas, como gosto de perfeição, estou estudando a história da Inglaterra e da Irlanda, além da mitologia celta irlandesa.

No campo da Terapia Holística, esta chegou meio que “por acaso[1]” (explicação na página A Terapeuta), e logo me encantei com a área, fazendo também alguns cursos: Reiki 1, Reiki 2, Reiki 3 e Tarô Mitológico. Os cursos que fiz uso em meu benefício e também para atender gratuitamente, através do centro espírita que frequento ou quando amigos me solicitam. Não sei se algum dia usarei esses conhecimentos profissionalmente. De qualquer forma, pretendo ainda fazer vários outros cursos nesta área.

Vocês acham que acabou? Ah, ainda não. Nos tempos de faculdade, quando cursava publicidade, participei de um blog com colegas de turma: A Hora do Recreio. Nele, eu postava sobre turismo e eventos, além de ser uma das fotógrafas da equipe, outro grande fascínio que tenho: Fotografia. Adoro tirar fotos de tudo e de todos, principalmente em viagens. Estes são mais dois grandes hobbies: viajar e fotografar. Além, é claro, dos que vocês já conhecem: escrever e cozinhar.

Ao escrever este post, pensei em incluir no meu site uma página sobre o assunto: “Viagens e Passeios”. Quem não gosta de viajar e conhecer lugares novos? Acho que todos amam isso. Assim, começarei as postagens utilizando meus textos escritos na época do blog A Hora do Recreio e, com o tempo, gerarei novos textos sobre viagens que fiz. Espero viajar muito ainda para ter o que contar a todos vocês [risos].

Ah! Lembrei de outra coisa aqui. Quando eu era adolescente, também desenhava. Comecei com uns desenhos tímidos, bobos, e devagarzinho fui aprimorando. Será que ainda sei desenhar? Isso é uma incógnita. Um dia tentarei novamente. Vou colocar ao lado um dos meus desenhos favoritos. E, quem sabe, futuramente eu poste mais [risos].

Além de tudo o que escrevi aqui, ainda tem meu lado família, dona de casa, amiga e mãe. Essa é a parte que mais me emociona, pois a família e os amigos são a base para o grande aprendizado em que todos nós estamos matriculados: a Escola da Vida.

FRAGMENTOS

Textos sobre os mais variados assuntos.

VIAGENS E PASSEIOS

Textos e fotos de lugares para se divertir, passear e viajar, incluindo alguns relatos curiosos e/ou históricos


[1] Acasos não existem. Tudo é traçado milimetricamente por Deus.


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Para saber mais acesse a página A Gastrônoma, A Autora, A Terapeuta, A Multiface.


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FONTES IMAGENS: Pixabay

Cozinha

Contemporânea

“A idade Contemporânea é o período da história que se segue à idade Moderna. Ela começa, portanto, em 1789, o ano da Revolução Francesa, e vai até os dias atuais.” (LEAL, 1998, p.50)

Na idade contemporânea iniciou-se uma migração de culinárias. Com Napoleão Bonaparte como imperador da França fez com que essa mistura se intensificasse, pois ele odiava os requintes dos pratos franceses e idolatrava a cozinha italiana. As contribuições de Napoleão foram: o frango frito no azeite doce, isto é, a mistura de sabores salgados com doces; e a conserva em vidro, que foi uma disputa lançada por Napoleão para que descobrissem uma maneira de prolongar o tempo útil dos alimentos para que pudesse alimentar melhor seu exército, evoluindo futuramente para os enlatados, dando grande impulso à indústria. Depois da técnica dos enlatados veio a técnica da pasteurização. Juntas essas inovações abriram e ampliaram em muito os caminhos para a indústria dos alimentos.

 Segundo Franco, as grandes mesas do império foram a de Talleyrand e de Cambacèrés. Talleyrand sempre que podia dedicava uma hora para decidir juntamente com Carême o que seria servido no jantar de sua casa, principal acontecimento do dia. Marie-Antonie ou “Antonin Carême”, que era como gostava que o chamassem, é considerado um dos maiores nomes da história da gastronomia. Também conhecido como: “Rei dos cozinheiros, cozinheiros dos Reis”. Carême participou na difusão da alta gastronomia francesa quando a revolução forçou os cozinheiros dos aristocratas, que estavam sem emprego, a abrirem seus restaurantes. O seu “savoir-faire”[1], até então escondido nas mansões privadas da aristocracia, difunde-se.

Carême definitivamente transformou a gastronomia. Ele substituiu os complicados coulis (suco ou molho de frutas e outros ingredientes peneirado) do século XVIII por três molhos básico: espanhol, bechamel e velouté; além de aprimorar os molhos a base de ovos (maionese, holandês e bérnaise). A partir desses molhos surgiram diversos molhos secundários.

Pesquisou reações químicas, aperfeiçoando doces já conhecidos, como a charlote. Evoluiu os nogados (doce à base de nozes com caramelo ou mel), bolos, biscoitos e merengues. Acrescentou mais delicadeza às massas folhadas. Inovou diversos pratos frios, aspics, mousses, gelatinas salgadas etc. Criou milhares de receitas que até hoje são repetidas por diversos chefs no mundo. Mas o legado de Carême não está somente na culinária, ele inovou também dentro da cozinha. Perfeccionista, um chef à frente de seu tempo, era exigente quanto a limpeza e a organização da cozinha que comandava com precisão militar. Em um de seus livros encontra-se descrito o funcionamento da cozinha de Talleyrand, “em que mais de vinte cozinheiros se agitavam num ambiente de calor infernal, mas num silêncio perfeito, para que a voz do chef, o único com direito a palavra, fosse imediatamente ouvida e obedecida”.

Carême redesenhou panelas, renovou os uniformes e criou o toque, o chapéu utilizado pelos ‘chef de cousine’. Ainda é citado por muitos autores como o responsável pela troca do serviço à francesa (todos os pratos são servidos juntos em grandes travessas, como um buffet) pelo serviço à russa (em que os pratos são servidos um a um, na ordem impressa no cardápio).

Após Napoleão, os sucessores continuaram a apreciar a boa culinária e dessa forma fizeram com que a gastronomia não parasse de crescer e se expandir pelo mundo.  O uso de menus começou a se difundir pelos restaurantes europeus e, diferentemente do século anterior, em que tinham a única utilidade de informar o que seria servido, nesta fase, já servia para mostrar as opções de pratos oferecidos pelo estabelecimento. Destaca-se desse período a implantação do serviço à francesa, no qual cada prato é servido somente uma vez.

Durante a Restauração, os grandes chefs e cozinheiros, ao perderem seus empregos na nobreza, abriram seus próprios restaurantes ou foram trabalhar em algum em Paris. Com isso, cada restaurante francês tinha alguém desenvolvendo, com sofisticação e arte, os prazeres da boa mesa, o que fez com que a cozinha francesa evoluísse tanto.

Surge assim, a cozinha burguesa: mistura dos aromas do campo com a elegância da alta gastronomia, a cozinha da terra com a de laboratório, a provinciana com a internacional, a antiga com a moderna, a profissional com a amadora. “Uma combinação perfeita dos bons velhos tempos com a inovação das receitas inéditas.” (LEAL, 1998, p.51)

No período após à Restauração, a França foi governada por Luís Felipe, um garfo valioso e amante da boa mesa, mas seu governo (1830-1848) sofreu com problemas financeiros ocasionando o fechamento de muitos cafés e pequenos restaurantes. Mas por outro lado, o seu reinado foi marcado por grandes ruas asfaltadas, iluminadas a gás, com calçadas, lojas de luxo e restaurantes elegantes, pela fundação de grêmios e sociedades de gastronomia e pela atuação de grandes chefs.

Foi nesta época que uma das cidades mais importantes dos Estados Unidos, Nova Iorque, se tornou o segundo maior centro gastronômico do mundo, continuando Paris, como o primeiro. Já a Inglaterra passava por crise de fome, com salários extremamente baixos e miséria em grandes proporções. A praga destruiu as plantações de batata e as classes privilegiadas pouco se importavam com a população, demonstrando cada vez mais luxo e riqueza. Surgiu o estilo vitoriano[2], com altos candelabros e guardanapos ornamentados em forma de pássaros, leques ou flores. O jantar passou a ser mais tarde, considerado mais elegante e o chá da tarde tornou-se uma refeição, com muitos bolos e tortas de acompanhamento.

A França na segunda metade do século XIX, se envolveu em uma guerra com a Alemanha, e Paris se viu cercada pelo exército alemão em um dos invernos mais rigorosos. O que ocasionou o aumento dos preços dos alimentos, impossibilitando a compra de carne. Surgiu então um mercado que vendia carne de cavalo e de ratos. Ao final dessa crise, no final do século XIX, a França vivia uma fase de muita prosperidade, com muitos restaurantes, cafés, cervejarias e comércio de vinho. Surgiu também nesta época a Le Cordon Bleu, que foi a primeira escola destinada ao ensino da cozinha francesa para as filhas das famílias ricas. Atualmente a Le Cordon Bleu é reconhecida no mundo inteiro e tem filiais em diversas cidades, sendo procurada por profissionais e amadores da gastronomia.

A gastronomia Francesa, enfim, atingiu seu apogeu. As receitas foram difundidas pelo mundo todo e os grandes chefs franceses também foram para diversas partes do mundo para mostrar e compartilhar seus conhecimentos gastronômicos, inclusive abrindo filiais de famosos restaurantes em grandes hotéis. Esses restaurantes normalmente ofereciam alguns pratos regionais, típicos do país onde se instalavam; algumas massas à moda italiana; alguns pratos de carne à inglesa; algum prato americano e uma gama enorme de opções de pratos franceses. Foi essa fusão que, no século XX fez nascer a cozinha internacional.

Em 1900, o francês André Michelin, para melhor divulgar seus produtos (pneus) teve a ideia de publicar um guia com endereços de restaurantes, hotéis, postos de gasolina e oficinas mecânicas. O “Guide Michelin” foi modelo para os guias existentes até hoje e foi passando por modificações e adaptações ao longo dos anos. Os guias criados a partir da Segunda Guerra Mundial incluíam considerações gastronômicas e a descrição dos restaurantes, tais como: decoração, ambiente e o estilo da cozinha do chef. As viagens de automóvel e os guias turísticos possibilitaram a descoberta das cozinhas regionais, a associação do turismo com a gastronomia e a descentralização dos modelos culinários. Começam a surgir restaurantes famosos em aldeias e nas estradas, “ensejando o aparecimento de verdadeiras dinastias culinárias, com papel importante na evolução da gastronomia”. (FRANCO, 2004)

Grandes restaurantes e os hotéis de luxo que se espalharam pela Europa no início do século XX foram os responsáveis pela divulgação da cozinha internacional pelo mundo. Dentre esses hotéis estavam os criados por César Ritz, como o Savoy em Londres, que eram frequentados pelas classes mais ricas a procura de uma boa mesa e excelentes vinhos franceses. E essa boa mesa era oferecida por Ritz e seu chef George Auguste Escoffier. Quando Ritz convidou Escofier para chefiar a cozinha do Grand Hotel em Monte Carlo, ambos já eram conceituados.

Escofier foi o responsável por grande parte das mudanças da culinária profissional no final do século XIX, renovando e popularizando métodos tradicionais da cozinha francesa. Ele simplificou e modernizou o preparo em uma cozinha, introduzindo disciplina e organização através da criação do sistema de brigada de cozinha. Escofier com suas inovações visava os seguintes objetivos: especialização da atividade culinária em setores, íntima interdependência da equipe e diminuição do tempo de preparo dos pratos. Ele criou uma hierarquia na cozinha, atribuindo funções específicas a cada elemento de uma equipe de cozinha. Escofier também teve uma grande influência na simplificação dos menus e na formação de vários cozinheiros.

Em 1914 até 1918, o mundo está em conflito, a Primeira Guerra Mundial. Após a guerra, a Europa perde a sua superioridade e quem assume a posição principal são os Estados Unidos da América. O Japão começava a despontar como um importante país industrializado. Os utensílios de cozinha que eram feitos de cobre passaram a ser feitos de alumínio ou metal inoxidável, o gás e a eletricidade possibilitaram o funcionamento dos fogões, liquidificadores, batedeiras e aparelhos de conservação de alimentos.

Tais mudanças na cozinha somadas ao avanço tecnológico nos meios de transportes, o desenvolvimento da indústria de alimentos e das técnicas de conservação foram responsáveis por significativas mudanças nos costumes alimentares entre os europeus e os americanos. As refeições tipo fast food, self service e os restaurantes que produziam alimentos em massa, como as pizzarias, começaram a ocupar a preferência das pessoas. A França também incorporou essas mudanças, os lanches e refeições rápidas eram feitas em balcões, pois além de serem mais baratas eram mais rápidas que no restaurante o que contribuía para as exigências da vida do pós-guerra. As lanchonetes de fast-food ocuparam os lugares dos Cafés tradicionais, que aos poucos foram fechando.

Surgiram também grandes cadeias de hotel no estilo americano, como o Hilton, que se espalharam pelo mundo. Estes hotéis tinham chefs famosos que criavam sobre a cozinha regional e faziam a melhor cozinha internacional. Aos poucos foram superando os hotéis comandados por Cesar Ritz e Escofier.

Na segunda metade do século XX, surgiu um movimento chamado Nouvelle Cuisine, que significa cozinha nova, quando muitos cozinheiros, chefs e gastrônomos passaram a defender uma culinária que realçasse mais o sabor natural dos alimentos. O importante, para eles, era dar um tratamento inteligente aos alimentos, sem destruir o trabalho feito pela natureza. (LEAL, 1998, p.57)

A nouvelle cuisine está hoje em vários países, valorizando pratos com cozimento rápido, para deixar cada alimento mais definido e destacado. Utiliza-se poucos temperos e os molhos são mais leves e menos gordurosos. A apresentação dos pratos é importante, cujas cores devem estar em harmonia, agradando aos olhos, olfato e gosto. Para nouvelle cuisine, a técnica é o mais valorizado, “pois só com conhecimento é que se pode trabalhar o alimento, sem perder o seu sabor natural”. (LEAL, 1998)

Na atualidade, os segredos da gastronomia têm corrido velozmente de uma região à outra eliminando todas as barreiras. Desafia-se a natureza criando e cultivando em todas as partes do mundo todo tipo de animal, fruta ou vegetal adaptado às condições locais ou em ambientes artificiais. Alguns produtos já se tornaram de caráter universal como é o caso do açúcar, do trigo e do café, por exemplo, sem falar nos temperos e condimentos variados. Isto faz com que seja possível comer quase todas as coisas em qualquer lugar. A indústria dos alimentos foi impulsionada por arrojadas técnicas de conservação de alimentos como a refrigeração e enlatamento, possibilitando o comércio e exportação de uma enormidade de produtos dos mais variados tipos para praticamente todos os lugares.

Com os meios de transportes cada vez mais eficazes, um ingrediente de um país pode chegar rapidamente e literalmente ao outro lado do mundo. Os meios de comunicação em extrema modernidade e velocidade interligando as diversas partes do planeta com divulgações quase que instantâneas sobre usos, costumes e receitas culinárias. As viagens migratórias dos povos com seus hábitos alimentares e culinários com receitas e ingredientes também cooperam para este efeito globalizado mundialmente percebido que atua nas mais diversas áreas do conhecimento e da cultura incluindo a gastronomia.

Para saber mais sobre as novas técnicas e os novos conceitos gastronômicos da cozinha contemporânea acessem a página começando a aprender.


[1] Savoir-faire – saber-fazer, Know-how.

[2] A Era Vitoriana no Reino Unido foi o período do reinado da Rainha Vitória, em meados do Século XIX, o País viveu um período máximo de esplendor, conhecido como época vitoriana. Havia prosperidade e paz e com os lucros adquiridos a partir da expansão, bem como o auge da Revolução Industrial permitiram que a classe média se desenvolvesse. A nova burguesia queria exibir em suas casas uma decoração que ostentasse sua nova riqueza, surgindo assim o Estilo Vitoriano

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FONTES IMAGENS:

CAPA: Imagem de Christo Anestev por Pixabay


REFERÊNCIAS:

CARNEIRO, Henrique. Comida e sociedade: uma história da alimentação. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

CARVALHO, Jocyelli; VIEIRA, Juliana. Alimentos e Bebidas – Parte I a IV. Natal, RN: Apostila do curso superior de Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2005, 127 páginas.

FARHÁ, Léo; SPIESS, Jean Carlos. Preparo prévio dos alimentos. Módulo 2014.1. Edição Revista e Ampliada. Apostila do curso de Gastronomia do Centro Universitário Estácio da Bahia, 2014, 60 páginas. Disponível em: https://sites.google.com/site/profleofarha/preparo-previo-dos-alimentos Acesso em: 12/08/2016, às 23h

FRANCO, Ariovaldo. De caçador a gourmet: uma história da gastronomia. 3ª ed. Revista e ampliada. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004.

SENAC, DN. A história da gastronomia / Maria Leonor de Macedo Soares Leal. Rio de Janeiro. Ed. Senac Nacional, 1998. 144p. il.